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. . . . . . .Caio Lispector*
Posso beber champanha
como quem come pereba,
lamber sabão
que nem eu masco mulher.
Posso abrir meu coração
como a champanha,
forçando lentamente a
rolha
até que o estampido anuncie
meu sangue todo a jorrar.
Acalmem-se,
não vai doer nem matar
a mim ou a qualquer
outro,
exceto, naturalmente,
os que me criaram e me
recriam
dia após dia, noite após
noite,
até que a morte virtual,
a grande diva on line,
os anoiteça ou amanheça.
.
13 comentários:
Grande Caio Lispector! Sou fã de carteirira dele desde o tempo que ele usava o pseudônimo Carlos Mário Drummond Quintana.
Faz um Emilinha Dickinson!
ou um
Nina Ricci!!!
hehehehe....
beijos na espera do interviu!!!
Esse Caio Lispector sabe das coisas! :-)
Beijão
Mascar mulher... kkkk!
Abração
Sua sátira é tão sutil
("os que me criaram e me recriam
dia após dia, noite após noite,
até que a morte virtual,
a grande diva on line,
os anoiteça ou amanheça.")
que eu não me surpreenderia se um dos "criadores recriadores" reproduzisse na internet o poema como sendo de Caio ou Clarice!
Beijos
Só você mesmo, Tuca, pra temperar com bom humor o meu dia insosso.
Beijos
Você satiriza indo além da sátira, com versos criativos e comoventes.
Adorei o Caio Lispector!
Beijos
Peste, me diz uma coisa: mulher depois de mascada é cuspida???
beijossss
Pergunta superpertinente, Peste Pensante!
Depende. Se o cara for gay (e Caio Lispector é) é cuspida, sim. Se for homem, é ruminada até virar bola...
Beijos
Ainda me lembro. À medida que lhe sobrevinha a calvície, Caio Lispector fazia chapinha nas sombrancelhas, e, acortinado, fingia não ver a vida passar.
caio ou caísse?
Olá te seguindo...bjos
Sensacional!!! Mais nada cabe ai, perfeito!!!
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