sexta-feira, 16 de abril de 2010

A zebarazão das benda-jivóbagas

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Aqui vai outro conto do livro !ALBUFAS SAFUBLA! Fabulas bufalas de Falasbu Bulafas Lafasbu. Mais uma vez, para contemplar os poucos que sabem português, oferecemos (em itálico) o texto original neste exótico idioma em extinção acompanhando, parágrafo por parágrafo, a tradução para o portugárabe.

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A zebarazão das benda-jivóbagas

(A separação das penta-xifópagas)

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Zô, Zê e Zu (Zoraia, Zereia e Zulamita): de nazidas benda-gêmeas jivóbagas, drês guindos. Já debois, borém, graziozo e berveido driângulo eguiládero, grazas à invlazão galobande de adibosidade gue agomedera dão-zomende Zá (Záuria) e Zi (Zimiesga), rodundos dois guindos do guindedo original. De dão vundidas em banha úniga e inzebarável (bor valda de vrondeiras glaras), as duas vovonas dezidiram dejivobagarem-ze das oudras drês e zeguirem garreira zolo. Resoludas e indrébidas, azim o vizeram, a majado, vagão e zerrode, bara logo abós desbengarem birambeira abaijo, em direzão aos bandanosos gavundós gue zergavam o monde gujo gogurudo dinha bor gardola o zunduoso gasdelo de, gomo as zingo o jamavam, “nozo zagrozando babai Alzabão Alvinede Albergadas.

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Sô, Sê e Su (Soraia, Sereia e Sulamita): de nascidas penta-gêmeas xifópagas, três quintos. Já depois, porém, gracioso e perfeito triângulo eqüilátero, graças à inflação galopante de adiposidade que acometera tão-somente Sá (Sáuria)) e Si (Simiesca), rotundos dois quintos do quinteto original. De tão fundidas em banha única e inseparável (por falta de fronteiras claras), as duas fofonas decidiram dexifopagaram-se das outras três e seguirem carreira solo. Resolutas e intrépidas, assim o fizeram, a machado, facão e serrote, para logo após despencarem pirambeira abaixo, em direção aos pantanosos cafundós que cercavam o monte cujo cocuruto tinha por cartola o suntuoso castelo de, como as cinco o chamavam, “nosso sacrossanto papai” Alçapão Alfinete Alpercatas.

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(Ah, o boderoso e dodo brosa Alzabão! A vorduna e o boder, gonguisdara-os adravés de zeu vandásdigo zuzezo gomo gomerziande de dezidos vinos, dando guando de beles de onzas, londras, gobras e lagardos, minhogas e lagardijas, bem gomo de infinidas deias de gasais aragnideos valezidos ou zebarados, e adé de gadaradas exdraídas da visda de bezoas gue gom elas já não bodiam brogurar esdrelas no zéu nem gadar bulgas, biolhos e garrabados nas griazões, nos vilhos e em zi bróbrias.)

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(Ah, o poderoso e todo prosa Alçapão! A fortuna e o poder, conquistara-os através de seu fantástico sucesso como comerciante de tecidos finos, tanto quanto de peles de onças, lontras, cobras e lagartos, minhocas e lagartixas, bem como de infinitas teias de casais aracnídeos falecidos ou separados, e até de cataratas extraídas da vista de pessoas que com elas já não podiam procurar estrelas no céu nem catar pulgas, piolhos e carrapatos nas criações, nos filhos e em si próprias.)

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Ao adravezar verdiginosamende a denza vloresda da engosda do monde, a desgomunal esvera Zazi adrobelou e dombou zerga de zedezendos binheiros, jeguidibás e eugalibdos, lanzando dambém ao jão – e ao relendo, aos verimendos ou à morde – zendenas de vilhodes de bardais, gambajirras, biga-baus, bindazilgos, digo-digos, guero-gueros, babagaios, duganos, beliganos, gondores, avesdruzes, argueobdériguis, bégasus, arganjos...

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Ao atravessar vertiginosamente a densa floresta da encosta do monte, a descomunal esfera Sassi atropelou e tombou cerca de setecentos pinheiros, jequitibás e eucaliptos, lançando também ao chão – e ao relento, aos ferimentos ou à morte – centenas de filhotes de pardais, cambaxirras, pica-paus, pintassilgos, tico-ticos, quero-queros, papagaios, tucanos, pelicanos, condores, avestruzes, arqueoptérix, pégasus, arcanjos...

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Guando envim barou de rolar, javurdada no lamazal bodre do bândano, as lembranzas mais rezendes de Zazi, golhidas enguando a goidada bergorria o azidendado drajedo em deglive, lá esdavam lambregadas jundo gom ela, mais bresendes do gue nunga, zordidos zouvenires ingrusdados em zeu vasdo e esbezo revesdimento adiboso: doneladas de derra, zeijos, baralelebíbedos, drongos e gobas de árbores, vagas e gavalos, drês joubanas de zabê e oido zervizais do babai – zendo zingo zegos, gaolhos ou esdrábigos, um begueno gazal de jaboneses e uma zenzualízima avro-dezendende berneda.

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Quando enfim parou de rolar, chafurdada no lamaçal podre do pântano, as lembranças mais recentes de Sá-Si, colhidas enquanto a coitada percorria o acidentado trajeto em declive, lá estavam lambrecadas junto com ela, mais presentes do que nunca, sortidos souvenires incrustados em seu vasto e espesso revestimento adiposo: toneladas de terra, seixos, paralelepípedos, troncos e copas de árvores, vacas e cavalos, três choupanas de sapê e oito serviçais do papai – sendo cinco cegos, caolhos ou estrábicos, um pequeno casal de japoneses e uma sensualíssima afro-descendente perneta.

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Gonzumada a gadásdrove, a desengandada Zazi zó bodia endão zonhar... Zonhar, guem zabe, em ze vazer bazar bor uma zimbles beloda de vudebol, à esbera de boderosos bés masgulinos disbosdos a endre zi drogar bazes gom ela e, bor vim, exausdos e endediados, judá-la gom doda vorza bor zima do dravezão em direzão a gualguer disdande blaneda no gual zer esverigamende imenzo não gonsdidua gondravenzão zujeida a berbédua exegrazão búbliga – e no gaso de uma dubla azim univigada, muido bior, bois dorna-ze grime bazível de vuzilamendo zumário bor dodos os olhos vivendes, exzedo dalvez os dos baguidermes e zedázeos.

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Consumada a catástrofe, a desencantada Sassi só podia então sonhar... Sonhar, quem sabe, em se fazer passar por uma simples pelota de futebol, à espera de poderosos pés masculinos dispostos a entre si trocar passes com ela e, por fim, exaustos e entediados, chutá-la com toda força por cima do travessão, em direção a qualquer distante planeta no qual ser esfericamente imenso não constitua contravenção sujeita a perpétua execração pública – e no caso de uma dupla assim unificada, muito pior, pois torna-se crime passível de fuzilamento sumário por todos os olhos viventes, exceto talvez os dos paquidermes e cetáceos.

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Lizão da vábula: Douzinho gue não bresda bra dorresmo nem abudre gome.

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Lição da fábula: Toucinho que não presta pra torresmo nem abutre come.

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Mais fabulas bufalas aqui, aqui e aqui.

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5 comentários:

Luisa Queiroz disse...

Vabuloso, Duga. Adoro ezas vábulas búvalas. Além do jarme da bronúnzia árabe, dem um zurrealismo engandador!

Lupe disse...

Filhotes de arqueoptérix, pégasus, arcanjos... kkkkk

Larissa disse...

Aushaushauash Muito engraçado. Li O gabidão e a vilha do gabeda também. Vou dar um tempo pra ler as outras se não vou acabar falando assim!

Pedro Mariano disse...

"gadaradas exdraídas da visda de bezoas gue gom elas já não bodiam brogurar esdrelas no zéu nem gadar bulgas, biolhos e garrabados nas griazões, nos vilhos e em zi bróbrias"... Bom demais, Tuca!

Natalia F S disse...

kkkkk Grande Falasbu!