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. .ninguém
vai poder dizer que eu não disse –– sob . . .os primeiros cascos do dia –– a tua cidade noturna
Carla Diacov
tua cidade é teu armamento
veja os espíritos em neon
o silêncio relativo ao silêncio engarrafado e vendido
beneficência onde tudo é concreto
tua cidade é teu armamento veja os espíritos sob as manhãs vermelhas
beneficência onde tudo é decreto
tua cidade é teu sexo teu armamento
veja
o silêncio relativo ao silêncio engarrafado e vendido
beneficência onde tudo é concreto
tua cidade é teu armamento veja os espíritos sob as manhãs vermelhas
beneficência onde tudo é decreto
tua cidade é teu sexo teu armamento
veja
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vizinha
a distância é a cidade uma ou duas ou três bicicletas após o teu
nariz
queridinha
a distância é a cidade
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uns
lugares servem aos outros: a cidade formiga: uns lugares carregam os outros.
não há esmola. tua cidade é trespassada pelos teus rastros: não há esmola.
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a
cidade se perde dentro de casa. você me olha. o hidrante no meu olho destorce a
periferia. preciso cortar tuas unhas e você me olha torto. segundo o mapa não
há retorno: a cidade se perde entre as tuas veias.
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dizes
AH!: em tudo um filme lindo metido na tua cidade.
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as
prostitutas da tua cidade. uma vez minhas, as mães e as igrejas da tua cidade.
e num beco qualquer uma condição: alguém estará soprando a poeira de um vinil
do banguela chet. os gatos todos da tua cidade e um pequeníssimo susto: alguém
acende um apartamento inteiro da tua cidade.
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as
janelas e a pronúncia das janelas da tua cidade. as linhas presas nas linhas da
tua cidade, os sapatos nos fios, os fios e os sapateiros. o caminho ao largo. o
largo passeio. os sobreviventes e os pioneiros e uns mascotes. .barulho de cascos: é a tua cidade:
that old feeling e seguimos.atravessando
banguelas estações.