sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O Grande Desfile de Pin-ups - II

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O que que a gaúcha tem?
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Sei lá o que que a gaúcha tem. Não conheço nenhuma, exceto a Luisa Maciel, essa pin-upsicóloga recém-formada que é minha sobrinha predileta (e única), e ainda a Lelena, a Jenny Paulla, a Andréa Godoy, as duas Márcia (Morganti e Terra Camargo), a Aline Chaves, a Daniela Delias, a Regina Menezes... mais umas 15 ou 55, no máximo.
Enfim, a gaúcha tem tudo que uma baiana tem, imagino. A única diferença talvez seja que nos pampas as mulheres sapecam mais pimenta na libido que na comida. (Espero que tal insinuação me redima do pecado de ter ido a Porto Alegre e só procurado a Luisa e a Lelena!)

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 ..... A Marechala é fogo na roupa!


Bruna Costa Queiroz da Cruz Dutra D’Hermes Osório Peixoto da Fonseca Alves de Lima e Silva nasceu sob uma frondosa gabirobeira, durante um piquenique que seus pais faziam no acostamento da Rodovia Marechal Eurico Dutra. Quando ouviu sua mãe referir-se à importante estrada simplesmente como Via Dutra, a bebê indignou-se e pensou logo em ir atrás de um marechal que fosse tratado com mais respeito. Pensado e realizado: Bruninha largou os pais a se empanturrarem de sanduíche de mortadela com K-Suco e foi engatinhando até Marechal Deodoro. Em lá chegando, nova decepção: os próprios moradores referiam-se ao milico proclamador desse arremedo de república apenas como Deodoro – ou pior: Deô, Dedê, Deodó... Daí, tome gatinhas para Marechal Hermes, este, sim, um marechal respeitado por todos.
 E assim começou a trepidante vida dessa moça horrorosa porém muito simpática e caliente – e bota calor nisso! – que atende pela alcunha de Marechala. Bem, atender, ela não atende, não... mas eu bem que me esgoelo:
 – Tô congelando de saudade, Marechaaaaala!

Blog da Bruna: Luz!

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A deusa do Grande Mar do Diabo


Adriana Araújo é do Maranhão, estado cujo nome me evoca a idéia de mar + anhã + ão.  Ou seja, o aumentativo de mar de anhã – forma sincopada de anhanga ou anhagá, espírito mau, entre as tribos indígenas tupi-guarani, ou o diabo, na interpretação dos jesuítas que as catequizaram. Que o Maranhão é (ou foi) um mar de riquezas naturais, todo mundo sabe. Como todo mundo sabe (ou deveria saber) que há décadas  essas riquezas vem sendo solapadas por uma família diabólica. Uma família, vamos dizer assim, sarnenta...
Mas a deusa Adriana é uma riqueza que ninguém é besta de solapar. A não ser que queira sair no tapa comigo e com seus outros milhões de devotos Brasil afora. 
Cauê, cunhã*!
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Blog da Adriana: Pólen Radioativo
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Lelena Terra papeia com Louise Brooks


Lelena – És muito linda, guria.
Louise – Você é muito mais. Parte da minha beleza é puro fingimento... coisa de atriz.
Lelena – Tu ficas feia se quiser?
Louise – Sim, mas só quando chove. Em compensação, enquanto o céu está nublado, só juntando vontade de chover, eu sou o mais bonito que consigo ser.
Lelena – Eu gosto de nuvens, mas não de céu nublado.
Louise – Ora, boba, um céu nublado é uma multidão de nuvens se abraçando.
Lelena – Bonito isso. Mas... não tem sol.
Louise – Não, mas um céu nublado nos dá a única possibilidade de ver o sol nascer durante o dia.
Lelena – Bah, gostei. Como tu sabes tanto sobre nuvens?
Louise – Eu leio num blog. Anote aí o endereço: bipedefalante.blogspot.com
Lelena – Trilegal, Lou. Vou lá agora!
Louise – Vamos juntas. No caminho eu lhe conto o que a Bípede Falante pensa de você.

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Nogaku da mãe


A poeta Cris de Souza é também uma apaixonada intérprete de Nogaku, o clássico teatro de máscaras japonês. Jamais, porém, comente sobre isso com ela, a não ser usando o sinônimo Noh, porque Nogaku faz disparar o seu improperiômetro.
 O talento dramático, Cris o herdou da mãe, Zélia, que sob o nome artístico Maricélia fez teatro de revista nos anos 60. Nossa poeta também já subiu no palco para rebolar, fazendo uma ponta num espetáculo de Dercy Gonçalves. Não chegou a estrear a peça, pois no último ensaio levou a estrela a demiti-la, por concorrência desleal. É que para cada palavrão que Dercy soltava, Cris disparava dois ou três – e sempre muito mais cabeludos!
 Ah, sim, na imagem vemos a máscara de Cris no corpo de Zélia. Isso, aliás, é o que mais acontece: a poeta larga o abacaxi para a mãe descascar e vai à luta na gandaia.

 . .  . . . . . . .    Blog da Cris: Trem da Lira   

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A brasileira, em carne e roupa


Daniele Alvi’Negreiros é brasileira da cabeça aos pés. Já nasceu verde e amarela, e em poucos anos aperfeiçoou o seu nacionalismo vestindo as cores do único clube de massa do país. Como, leitor? O curíntia, o galo, o bahia, o framengo... são clubes de massa? Não, meu caro, esses são apenas times de manada. E antes que você se lembre do Palmeiras, informo que não me refiro ao macarrão, à lasanha ou ao nhoque da genética do velho Palestra Itália. Estou falando é do Fogão, o time da massa encefálica

 . .  . . . . . . .   Blog da Daniele: Poetisa escabrosa

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E Deus criou Eleô
(mas o Diabo salgou a pátria criando Nôra)


Eleô Marino Duarte diz que Deus a criou da costela de um imperador; sua irmã gêmea Nôra confirma, informando ainda que o doador é uma múmia egípcia. Eleô diz que faz doações mensais para várias associações beneficentes; Nôra confirma, acrescentando que as fundou para evitar que a irmã sustente picaretagens extrafamiliares. Nôra depila-se semanalmente; Eleô é contra a eliminação dos dotes que Deus lhe deu: cultiva vastos sovaquelhos, buço e uma pentelheira amazônica, atributos aos quais se refere sempre no feminino, para enfatizar a sua feminilidade. Eleô dá cambalhotas de rir quando alguém olha com certo nojo para o bigode de Nora e ela, ingenuamente, comenta: “Ah, já vi que se encantou com a minha buça!”

Blog da Nôra: As ferraduras da Eleô  

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A primeira pessoa do plural


Um dia eu encontrei o Cesar Cardoso na rua e começamos um papo sobre o sexo entre estátuas. Lembro-me que ele falava da orgia zoófila que come solta entre estátuas equestres, quando meu celular tocou. Era o próprio César, me ligando de Itaquaquecetuba pra saber o resultado do jogo de purrinha da esquina. Eu não sabia, então passei o celular pra ele e os dois ficaram mais de meia hora falando mal de si mesmos.
 O César é assim, um sujeito singular por ser exacerbadamente plural. É capaz de ir a mil lugares ao mesmo tempo, só para as pessoas pensarem que ele é ubíquo. Um esforço desnecessário, pois todo mundo sabe que ele nasceu no Ubiquistão.
 Algumas de suas recentes aventuras ubíquas acabam de ser lançadas em livro pela Editora Oito e Meio: As Primeiras Pessoas. Mais uma ótima multidão impressa desse superpopuloso humorista, contista, poeta, cronista, autor infantil, teatrólogo, roteirista de TV, fotógrafo, blogueiro, traficante de idéias alucinógenas, palimpsestólogo, taxidermista (empalhador de taxistas) etc. etc.

Blog do César: Patavina’s  

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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O Grande Desfile de Pin-ups - I

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.  . .. .Sarita Monroe ou Marilyn Montiel

Eu pretendia começar esse desfile pela ordem natural, polvilhando minhas amigas pelo rastro luminoso das origens da expressão pin-up: os desenhos sensuais de Gil Elvgren, Alberto Vargas, George Petty e outros, ou as fotos de Betty Grable, Bettie Page e outras modelos e atrizes – desenhos e fotos que celebrizaram esse veículo que desde a década de 1940 vem reinando absoluto em ambientes masculinos, sobretudo nas trincheiras bélicas de todo o mundo e nas oficinas mecânicas brasileiras. Mas decidi privilegiar uma perspectiva bem egocêntrica, homenageando as duas deusas que primeiro se “pinapearam” pra cima de mim: Sara Montiel, na minha infância, e Marilyn Monroe, na adolescência –  antes, muito antes de eu sequer desconfiar do que pin-up queria dizer.

Embora seja dois anos mais nova que Norma Jeane MortensonMaria Antonia Alejandra Vicenta Elpidia Isidora Abad Fernández, a minha Sarita, estreou no cinema em 1944, três anos antes de minha Marilynita. Levou, porém, 14 anos para virar um sex symbol universal como MM, certamente porque esperou até eu apresentar, com 8 anos de idade, a indispensável maturidade sexual para me lambuzar todo no cinema da minha Leopoldina, em Minas, ao mergulhar de cabeças (!) nos decotes abismais da violeteira. Sim, só podia ser a Sarita e em Leopoldina, pois  no Rio, onde eu já morava, as transbordantes bochechas toráxicas da espanhola eram proibidas para menores de 14 ou, pelo menos, 10 anos, e Marilyn era ainda mais censurada, tanto aqui como  na minha cidade natal, onde suas curvas derrapantes nunca iam às telas nos períodos de férias escolares.

(...)
Quando eu deixei o meu quintal
Menino
Eu já sabia que era só
Rolar no chão
Desenterrar qualquer tesouro
Mas eu queria ser pajé
Voar
Na matinê de teco-teco
Azul
Jogar panfleto no decote
Da Sarita violeteira
(...)

.............  ........Da canção Lingerie (Carla Capalbo / Tuca Zamagna)

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Dito isso, digo mais: as seis pin-ups e um “pinapo” que estavam escalados para desfilar logo depois de Sarita Monroe (ou Marilyn Montiel) foram interditados por motivo de felicidade maior, qual seja a comemoração do aniversário da cineasta carioca Cristina Leal e do poeta baiano Assis Freitas. Vamos, pois, a eles, galera sedenta de “pinapagem”!


Cris Ziegfeld Girl
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Cristina Leal faz filmes, todos imperdíveis, exceto três, inacháveis, de tão reais: “O Tema de Lara”, “O Tom de Vinicius” e – o meu predileto – “Os Retratos de Clarissa, Cacá ou Cla”. Diz ela, toda gabola, que faz anos também – hoje (na verdade, ontem, porque publiquei essa postagem justo quando o dia 9 zerava!). Grandes merdas! Anos, até eu, que não lido nada bem com o tempo, sei fazer com os pés nas costas: já fiz uns treze ou quatorze em pouco mais de seis décadas de vida! 

Blog da Cris:  Considerações do coração
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 .. A Águia de Feira
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Quando meninos, o escultor Zé Andrade, o advogado Mané Freitas e o escritor Luís Pimentel, amigos meus que também são de Feira de Santana, vendiam laranja na porta do estádio do Fluminense local. O José de Assis Freitas disputava a freguesia com os três, mas vendendo melancias, jacas e outras frutas maiores que essas, quase tão grandes quanto sua cabeça infinita de poeta. A cada comprador, o bardo petiz dava de lambuja um exemplar de seu primeiro livro, “Mil e um hacais”. Depois ele passou a escrever poemas maiores, mas sem jamais perder o espírito microscópico e mágico do poema oriental. Parabéns, poeta, pelo seu aniversário! Parabéns, leitor, por acreditar nas minhas mentiras beatificadas pelo karma do poeta!

Pra encerrar com verdade, um hacai do livro-brinde do Assis:


abobras austrais
pipas do terreiro
em que se pisa com asas


Blog do Assis: Mil e um poemas 

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