Penetra no desfile
Esse sujeitinho aí invadiu os camarins das pin-ups querendo desfilar na marra. Eu disse não, no ato. Mas a trupe dele é da pesada, integrada por gente (?) que vai do Popeye ao Superman, da Swat à... Ku Klux Klan! Tive de recuar, e propus então (com apoio da KKK) que ele passasse pó de arroz nas fuças e desfilasse de Michael Jackson. Nada feito também. Daí que o cara entrou na passarela desse jeito mesmo, e ainda fui obrigado a prometer que ele poderá desfilar de novo, vestido de baiana: Barakarajé Baianobama.

A estréia de Bettie Page neste desfile só poderia mesmo ser dar através da Andrea De Godoy Neto. Se Bettie é uma das principais pin-ups de todos os tempos, Dea é uma das grandes divas gaúchas da blogosfera e do feicebuque. Na sua última visita ao Rio, fui testemunha ocular de sua popularidade entre a gauchada “carioca”. Estive com ela no Café Lamas, tomado por uma manada gaudéria que incluía gente que há muito tempo não entrava naquele tradicionalíssimo templo da boemia carioca. Lá estiveram, afundando o pé na melancia (não existe jaca no Rio Grande do Sul) aos goles de caipirinha de chimarrão, celebridades como Gisele Bündchen, Xuxa, Daiane dos Santos, Fernanda Lima e Isabelita dos Patins; os três últimos técnicos da Seleção Brasileira (Dunga, Mano Menezes e Felipão), além de Paulo Roberto Falcão e do grande João Saldanha; a dupla rancheira Ronaldinho & Renato Gaúcho; os compositores Lupicínio Rodrigues e Teixeirinha; o Barão de Mauá; os atores Paulo José, Glória Menezes, Paulo Cesar Pereio, Walmor Chagas, Lilian Lemmertz e sua filha Julia; os escritores Mario Quintana, Lya Luft, Caio Fernando Abreu, Moacyr Scliar, Érico Veríssimo e seu filho Luís Fernando; e os ex-presidentes Getúlio Vargas, João Goulart, Médici, Geisel e Costa e Silva – os três últimos, felizmente, barrados na porta por Leonel Brizola.
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A caneca favorita do Jesuíno . . . .
Marilyn Monroe não tinha muito crédito com o artista plástico e meu grande amigo Hélio Jesuíno. Mas Silvia Maria Camargo Rocha tinha crédito de sobra, tanto que ele jamais conseguiria pagá-lo, mesmo que tivesse a decência de não partir tão cedo. Eles tinham suas diferenças, como todo casal, mas tinham também, além de três filhos gente fina, um hábito que me causava inveja: era freqüente saírem para beber juntos. Às vezes com outras pessoas (inclusive comigo), às vezes só os dois. E varavam madrugadas consumindo álcool e fantasias, combustíveis indispensáveis para todos que como eles nasceram com a alma enluarada.
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Parada na esquina . . . .
Nina
Rizzi está parada na esquina. A esquina não fica entre duas ruas. As ruas estão
desertas, porque toda a cidade saiu de casa ao mesmo tempo. O tempo corre tão
rápido quanto o espaço. O espaço não significa mais nada. Nada é tudo o que o mundo
inteiro sabe agora. Agora ninguém tira os olhos da maldade. A maldade é doce e grudenta
como melado. O melado escorre dos corpos assolados pelo verão. Um verão
inclemente como a verdade. A verdade não passa de uma miragem. A miragem é Nina
Rizzi, parada em todas as esquinas.
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Angelina Jolie made in Cissa . . . .
Sofia Feijó não é menos bela que a mãe, Cissa. Só que ainda arranjou, não se sabe com quem, lábios tão carnudos como os da Angelina Jolie, porém mais delicados, e um par de olhos orientais que desorientam qualquer um que a encare. Fiquei sabendo do nascimento da Sofia na ocasião, mas só fui conhecê-la aos 6 anos. Temi alguma eventual hostilidade, afinal eu era o primeiro namorado da mãe desde que ela se separara do pai da Sofia. A menina não dizia nada, só mantinha aqueles olhões fixos em mim, me estudando. De repente, falou: “Quer ver a minha imitação de pulga?” E saiu pulando de quatro, mais para rã do que para pulga. E, pronto, fiquei amigo para sempre da pulga rã, que atualmente dá seus pulos na Áustria. Ou na Noruega, ou em Bornéu, ou em Madagascar, ou... sabe-se lá para onde pula uma sifonáptera batráquia.
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. . . . .. . . Minha obra prima em 27º grau? . . . . . . . . . .
Segundo acurada investigação que fiz na minha árvore genealógica, Patriccia Zamagna é de um ramo da família que eu não tenho a menor idéia em que galho fica. Ela disse que é minha prima (sabe-se lá em que grau longínquo), mas disse através do feicebuque, e o que é dito pelo FB não se escreve, né? Vai que o Zamagna dela não seja da Itália, mas do Paraguai... Bem, pouco importa. Mais vale um Zamagna falsificado que um legítimo Berlusconi. Além disso, a Patriccia parece ser uma grande pessoa, talvez do tamanho da Vênus de Milo. E com braços!
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. . . . . . . . . Dada Jenny Paulla e Dada Jey Cassidy . . . . . .
Jenny Paulla (à esquerda) e Jey Cassidy são frutos do neodadaismo fornicatório entre Jennyfer Galdino e, respectiva ou concomitantemente, o cantor Benito de Paula e o mocinho do cinema norte-americano Hopalong Cassidy. (O “L” dobrado de Paulla é uma homenagem de Jennyfer a Leuñub Siul, seu rinoceronte de estimação, cujo nome é uma inversão anagramática de Luis Buñuel, nome de seu diretor de cinema predileto.) Jennifer produziu dezenas de outras neodadafilhas, com parceiros os mais variados, tais como Pablo Picasso, Boris Karloff, Einstein, Chacrinha, Edgar Allan Poe, Muhammad Ali, Zé do Caixão, Don Quixote, Bento XVI e Tiririca. Infeliz ou felizmente, todas elas pereceram soterradas durante uma erupção vulcânica no sótão da Mansão Galdino, em Rio Grande, Missouri.
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Pinapos do dia
O pinapário de Lord Rai . . . . .
Maria Arlete Gonçalves, a Lelépida (à esquerda), e Shirley Fioretti são duas das pouco mais de duzentas pin-ups que integram a coleção particularíssima de Lord Raimundo Bandeira de Mello. Uma distinção e tanto, porque para o Rai não basta que uma mulher seja bonita e sensual, tampouco sensível e inteligente. É necessário bem mais: as eleitas precisam ser deusas – e com no mínimo cinco anos de experiência comprovada na carteira de trabalho. Exagero dele? Excentricidade? Frescura? Não, não e não. Várias décadas antes de partir há cerca de um ano, esse gentleman radical já sabia que só divindades poderiam freqüentar a simples porém aconchegante maloca que mandou construir em Passárgada, onde não é amigo do rei mas é “assim” com a rainha.
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Friedrichantonio, o transformerista . . . .

Friedrichantonio transformaterializou-se durante a leitura da tradução alemã das obras completas de Marcantonio Costa por Friedrich Nietzsche, mais precisamente numa estrofe (abaixo) do poema Garten. Os dois já se conheciam fazia algum tempo, quando o poeta consultara o filósofo após tentar seguir, sem sucesso, a fórmula de evolução prevista em Also sprach Zarathustra: passar de camelo a leão e de leão a criança. “Meu problema – disse Marcantonio na ocasião – é iniciar o processo, porque o mais próximo de um camelo que consegui ser foi um tamanduá com bico de ornitorrinco”. “Você devia tentar prosseguir assim mesmo, meu rapaz. Quem sabe não chegará a um resultado final até melhor?” – disse Nietzsche. “Ah, eu bem que tentei – disse, desolado, o poeta – e de tamandurrinco passei a texugo e de texugo a uma barbie.” “Eureka!” – exclamou, com falso entusiasmo, o filósofo, e ato contínuo entregou a Marcantonio um cartão de visita no qual se lia: “Sigmund Freud – PSICANALISTA”.
A estrofe de Garten que gerou Friedrichantonio: . .
Ein Novum:
Der neue Architekt (die den alten Stil hasst
Und in einem Manifest gegen die Tradition
Daedalos schickte die zehn Finger in den Arsch schieben)
Phlegmatiker ist die Gestaltung ein Labyrinth gewidmet
Von Hecken
Die, wenn sie genau, wird als sapo springen
In die Freiheit.
Tradução:
Uma novidade:
O novo arquiteto (que detesta o estilo antigo
E num manifesto contra a tradição
Mandou Dédalos enfiar os dez dedos no cu)
Dedica-se fleumático a projetar um labirinto
De cercas vivas
Do qual, se preciso, pulará como um sapo
Para a liberdade.
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