. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Cozido à portuguesa
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . Don Camilo.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Eu penso
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .logo
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .alguém está a pensar.
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Qual linha de pipa
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .branca e tensa
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .cruza o espaço cerebral
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .a implacável lógica lusitana.
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Das retas oceânicas
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .sobrou esta engenharia do pensamento.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Esta linguagem marítima sem saltos
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .acalma as tormentas e alisa oceanos.
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Simples e imediata
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .cozinha com água e sal
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .apenas água do mar
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . a luso-vidinha pacata.
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . Longe da sensualidade
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .dos flambados franceses
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . e da provocação muçulmana
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .dos refogados mouros.
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Distante
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .da crueldade do cru dos rosbifes
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .dos saqueadores ingleses
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .ficou o cozido lento
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . e a lógica empirista de verbos exatos
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .onde não se fecha o que não se abre
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .onde jogar tênis é voltar descalço.
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Cozinhar é preciso.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Navegar, não mais.
.,
. . . . . . . . . . .. . . . . . Poema extraído do livro. Folha de Gelatina – Booklink, 2004
24 comentários:
ótimo!
escrever é preciso
navegar não mais.
A varanda alheia está maravilhosa! Adoro a forma "preciso" em que se mesclam exatidão e necessidade. Tão oceano isso!
Simplesmente espetacular, Anga!
Don Camilo: Folha de Gelatina.
Não se pode esquecer...
Abraço, querida!
"Cozinhar é preciso.
Navegar, não mais."
Adorei tudo por aqui!
Bjo e paz, querida.
A poesia de Don Camilo tem um humor finíssimo, Elza. Este poema tem a mesma força do primeiro que vocês postaram.
Beijos
Maravilha!!!!
Beijos,
Gosto do estilo seco e ferino do Don Camilo.
Beijos, Elza!
Elza Magna, não pude deixar de rir e bastante de tão bela panela a preparar um ensopado com o meu mar. Eu sempre achei que ele daria um eficiente fogão, só não o imaginava assim tão temperado de palavras :)
beijo.
BF
Sensacional, Elza.
Parabéns ao Don Camilo.
Beijos
Demais!
Por onde anda o Don Camilo, você sabe?
Beijos
Excelente poema, Elza. Admiro muito quem escreve a partir da reflexão e com senso de humor.
Um abraço
Obrigada pela visita no meu blog e por estares presente na minha lista de seguidores!
O que aconteceu comigo foi algo sem previsão, simplesmente o blog evaporou do ar!
Seja sempre super bem vindo lá no DA JANELA DO GARDEN PLACE!
Obrigada, muito obrigada por me prestigiar e ajudar a reerguer meu tão querido blog-bebê!
Também seria sua seguidora a partir de hoje e sempre estarei por aqui!
Um grande abraço!
Eu vim navegar por aqui.
Nos dedos trouxe carinho, e amizade.
Deixo aqui minha admiração por vocês.
Beijos queridos.
Fernanda
Olá, Elza.
Depois de tanto tempo sem postar nada no blog, estou de volta!
Eu pensava que o blog tinha sido deletado, mas descobri que ele ainda existe. Hoje é um dia feliz, meu blog tá vivo! ;D
Abraço
excelente o poema.
o blog todo é muito criativo e interessante.
abraços
Eu já tinha lido o outro poema do Don Camilo que vocês postaram. Ele é mesmo um poeta muito original.
Beijo, Elza!
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QUERIDA BÍPEDE,
Fui eu quem roubou o seu mar feliniano. Pretendia usá-lo em outra postagem, mas como Elza ia postar este poema do Don Camilo, amigo queridíssimo, cedi a foto roubada. Ladrões também têm momentos de generosidade...
Beijos
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Saborosíssimo este cozido do Don Camilo, Elza.
Beijos
salve, salve!
um banquete e tanto, lambuzei-me.
como vovó já dizia: o melhor tempero é a fome.
agradecida, agraciada por suas visitas e aqui voltarei com prazer.
aquele abraço, tuca.
(se meu vizinho de baixo se apaixonasse por chico buarque, eu seria beatriz. óh, doce ilusão!)
Você andava meio sumida, Elza. Muiro trabalho ou preguiça de escrever?
Gostei muito do poema do Don Camilo, mas estou querendo ver também aqui algum texto seu.
Beijos
Concordo e compartilho da decepção. Gullar se tornou boçal com o tempo... sei lá o que deu nele...Mas,Não HÁ Vagas traduz essa minha fase cansada. Ainda bem que o post coruja fez voce ficar. Tem mais coisas bacaninhas no Balaio,viu...
Obrigada pela visita.
Estarei mais vezes por aqui também.
Grande mestre cuca o Don Camilo. Sua sopa de letrinhas deve ser uma iguaria rara, Elza.
Beijos
Tuca, você é um peste adorável :)
beijos
belíssimo!
mas infelizmente navegar é pra pouquíssimos...
um belo espinho em meio a tanta flor.
obrigada pela visita, pelas positivas considerações de meus escritos e volte sempre!
te sigo...
blog muito bom!
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