quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Hora Certa

.

Márcia Luz. . . . . .. . . . .

.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O tempo se foi

.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O vento se foi.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O sol se foi.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Entre as estrelas da noite abafada

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . percebi o seu olhar.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Nessa hora

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . o tempo se foi.

.

.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Confidências

.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Quero teu beijo,

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . desejo reprimido de toda uma vida

.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Quero o teu corpo moreno

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . na minha pele branca

.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sua semente enlaçada

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . à vontade do meu ventre

. .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (sua semente lançada

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . na vontade do meu ventre)

.

.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Do que me falta

.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sofrer está em mim tanto quanto a necessidade da

gargalhada.............. ........... . . . . .. . . .

. .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sou pássaro que perdeu o ouvido no cantar

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . peixe enamorado de geografia

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ––. ilha, golfo, baía. ––

. .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sou terra e mar em processo de decantação

. .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sou sempre incompleta, ávida do que faz a falta

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . do que me falta

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Guardiã feroz do que me sobra

. .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Quero derramar o nada.!

.



...Esses três poemas eu extraí de um livro ––. Hora Certa ––. que achei ontem na minha caixa de correio. A poeta informa no envelope e na dedicatória que é de Itajubá, Minas. Não conheço. Mas não me admira que sua poesia tenha tanta qualidade. Porque Itajubá é fogo. Pois conheço, isso sim, uma cronista de lá que é danada. E que, por coincidência, chama-se Márcia Luz também. Esta, a cronista, pode ser visitada aqui.

.

45 comentários:

Helcio Maia disse...

O nada derramado sobre o corpo amado é tudo por ora, pois não é hora de chorar.

Luisa Queiroz disse...

Muito boa a poesia da Márcia Luz. Vou lá conhecer a cronista.
Amei a ilustração.

Bjs

Ricardo Novais disse...

A Márcia é um encanto só. Escritora de mão cheia, ela tem um estilo poético, mesmo nas crônicas. É um deleite os versos dela.

Boa, Tuca! Está difundindo as boas letras desta nossa terra.

Abração.

Wilden Barreiro disse...

Também quero derramar o nada !!!

Poeta especialíssima a Marcia, Tuca.

Abraços

Regina Conde disse...

A Márcia Luz poeta é tão brilhante quanto a cronista.

Acho que o único problema dela é conseguir ser duas pessoas como você quer, Tuca...

Beijos

Deco disse...

"Sou pássaro que perdeu o ouvido no cantar
peixe enamorado de geografia"

Muito bons os poemas!

Abraços

Natalia S disse...

Show, Tuca. Muito especiais os poemas da Márcia. O livro ainda está à venda?

Beijo

Porque morrem as palavras? disse...

Gostei de ter passado por estes poemas.

Tuca Zamagna disse...

Helcio, Luisa, Ricardo, Wilden, Regina, Deco, Natalia e Jortas,

Obrigado pela visita e pelos comentários. Perdõem-me por não responder-lhes um a um, mas estou sem tempo. Só vim deixar uma informação importante para vocês e para quem mais se encantar com a poesia da Márcia Luz:

HORA CERTA está à venda na livraria Nobel, de Itajubá. Quem é de fora pode encomendar por e-mail, diretamente com a Márcia:

luzfreitas@gmail.com

Beijos e abraços

♪ Sil disse...

Tuca, meu bem!

Adorei as poesias da Márcia.

Vamos derramar o nada???

Um derrame de beijos procê, que a Sil adora!!

Abuela Ciber disse...

Recibe mi saludo de fin de semana colmado de afecto en estos momentos, solidarizandonos con los hermanos brasileros, en espera que las dificultades cesen.

Cariños

Sheilla Liz disse...

Muito belas mesmo essas poesias, obrigada pela dica da Marcia Luz, vou dar uma passadinha por lá.Abs

Americo Gentil disse...

Ótimos poemas. Derramar o nada... diz tudo.
Abraços

Márcia Luz disse...

Oi, Tuca

O mofo que tomou conta de meu corpo por causa de tanta chuva fez meu espírito barroco retomar sua independência e debandar para os lados de Ouro Preto. De modo que passo aqui não como poeta nem como cronista. Nenhuma das duas saberia mesmo como lhe agradecer. Passo apenas como uma seguidora - meio relapsa, vá lá - do blog "desinformação seletiva" para dizer que, como sempre, você é singular em sua criação, na união entre as linguagens verbal e visual e na originalidade em presentear as pessoas.

Amei profundamente o presente! Obrigadíssima!

Um grande beijo

Márcia

Evanir disse...

Como é bom encontrar um blog que tenha conteúdo. Suas postagens são realmente maravilhosas.
Quero ter o prazer de ser sua amiga a partir de hoje.
Um feliz final de semana.
Beijos

Luis Paulo Quintela disse...

O Ricardo Novais tem razão, Tuca. A Márcia faz prosa poética na maioria de suas crônicas. Mas é muito bom lê-la também em versos tão sensíveis e maduros.

Um abraço

Eduardo disse...

My first language is spanish, maybe that's the reason I can feel your words.
Congratulations.

EDUARDO

dade amorim disse...

Estive no blog da Márcia e gostei tanto da crônica quanto dos poemas.
Assim como gostei daqui, Tuca. E obrigada por sua presença valiosa em meu bloguinho.
Bj

bels disse...

I like your blog!!

Renata Bomfim disse...

O tempo escore por entre os dedos
feito areia e eu, movediço, desapareço!

adorei tua visita no meu blog!
Abraçoamigo
Renatabomfim

♪ Sil disse...

Tuca, meu bem!

E eu gosto tanto das suas visitas, sabia?
Vc deveria vir mais.
O coração da Sil não suporta essa palavra: Saudadeeeeeeee.

Um beijo.
Dois. Millllllllllllll


PS: O texto é de um guri que escreve maravilhosamenteeeeee.
Marca ai:

http://anjomaldito.blogspot.com/

Ira Buscacio disse...

A maturidade derramada em versos. Não conheço a Marcia, Tuca, mas vou providênciar o saber.
Bjssssssss, meu super especial

Marcel Zaner disse...

Coisa muito fina a poesia da Marcia Luz.

Abraços

Marli Terezinha Andrucho Boldori disse...

Tuca,quanta beleza nas entrelinhas.Sempre há emoções nas poesias e que rica sua divulgação, mostra respeito e humildade.Um grande abraço!

Maria Janice disse...

Bárbaros os poemas!
Gosto da gargalhada, porque de sofrer, ah... prefiro ler as dores alheias. Pretenciosa eu, acho que já aprendi o suficiente com as minhas. Já me basta! Bora me alimentar de outras sensações.
Gostei muito da indicação, Tuca, parabéns para a Márca.
beijo.

Francisco Domingues disse...

Olá, Tuca!
Passei para visiar seu blog e gostei. Sobre estes poemas de Márcia já foi tudo dito: lindos demais!
Entrei também para desejar-lhe um óptimo 2011 cheio de sonhos realizados e lhe deixar um pensamento talvez tolo, mas interessante para quem gosta de questionar o legado dos nossos antepassados:
Acabámos de celebrar o Natal e... sabia que o Natal não existe? Curioso, não é?
Pois: o Natal foi inventado pela Igreja para “cristianizar” as festas pagãs em honra dos deuses solares, Mitra e outros, que se celebravam, por todo o império romano, ao redor do solstício de Inverno, como início do renascimento para uma vida nova, a da Primavera. Teve o seu aparecimento no s. IV, na Igreja Ocidental (25 de Dezembro – calendário Gregoriano) e no s. V na Oriental (7 de Janeiro – calendário Juliano). A narrativa do nascimento de Jesus de Mateus, ampliada por Lucas (nada sendo referido nem em Marcos nem em João), uma e outra são puras invenções sem qualquer credibilidade histórica nem qualquer verosimilhança (No inverno, os pastores não dormem ao relento...) Portanto, o Menino Jesus do catecismo não existiu. Muito menos o Deus Menino! E o mundo inteiro festeja algo de inexistente... Dá que pensar, não dá? (Ver mais no meu blog “Em nome da Ciência” cujo acesso é: http://ohomemperdeuosseusmitos.blogspot.com)
Agora, associando-me ao luto de nossos irmãos brasileiros e fazendo votos para que semelhantes tragédias não voltem a acontecer aí no país irmão, uma outra ideia: apesar das catástrofes que vão acontecendo pelo mundo, com muita probabilidade provocadas pelas alterações climáticas e ambientais devidas à acção do Homem, o mesmo Homem, através dos seus governos subjugados aos interesses económico-financeiros de alguns (5% da população mundial, isto é, os que detêm 95% da riqueza produzida à face da Terra), não vai pôr-lhe cobro; preferirá assistir a novas catástrofes em que, como de costume, os mais fracos e pobres são os que irão continuar a sofrer. Inutilmente! Há que lutar para mudar estes sistemas e estes modelos não só políticos mas também económico-financeiros. Como? – Ver no meu blog “Ideias-Novas” cujo acesso é: http://ummundolideradopormulheres.blogspot.com
Francisco Domingues

Silenciosamente ouvindo... disse...

Peço desculpa de só agora agradecer
o seu registo no meu blogue, que
muito agradeço.
Espero/desejo que esteja bem e nos
possamos reencontrar mais vezes.
Beijinho/Irene

Márcia Luz disse...

Oi, Tuca

Passando para agradecer os comentários e as visitas que recebi em meu blog.

Ah! Tem crônica nova lá.

Um beijo

Márcia

Anônimo disse...

"Sou sempre incompleta, ávida do que faz a falta" ..

encontrei-me aqui ..

1beijo.

Vivian disse...

Olá!!Bom dia!!

Lindos poemas!!
Um blog, bem interessante escrito com muitas mãos...
Obrigada a Anga pela visita!
Sejam todos bem vindos!!
Bom domingo!
Beijos

Tamires Buliki disse...

Realmente três poemas ótimos!
Gostei muito do que divulgas aqui no blog!
Beijo.

Silenciosamente ouvindo... disse...

Tuca, então seja bem-vindo aos meus
blogues. Ainda bem que gosta da
Simone e que se registou no meu blogue.O principal é o http://intemporal-pippas.blogspot.com
mas tenho um ainda bebé
http://sinfoniaesol.wordpress.com
Um beijinho e nos iremos encontrando.
Irene

Suzana Guimarães disse...

Tuca,

Poemas assim fazem a gente acreditar na hUManidade, naquela coisa de sermos uma unidade.

Mesmos desejos, mesmas introspecções, mesmos silêncios e gritos.

Gostei muito.

Beijos,

Suzana/LILY

cirandeira disse...

Bom dia!, Tuca. Vim agradecer tua tão amável e generosa visita. Fiquei lisonjeada, e em se tratando
de Marcantonio e 'Bípede', mais ainda por serem pessoas especiais
pra mim. Gostei muito daqui: um espaço com uma abordagem diferenciada, com autores de primeira grandeza, muitos dos quais
ainda não conhecia. Tenho certeza
que minhas visitas aqui me enriquecerão muito mais.

Um grande abraço

Mailson Furtado disse...

Belo post!

Belo blog!!!

Muito bom, parabéns... Voltarei aqui mais vezes...

Convido vc a conhecer meu trabalho (música, poesia, teatro)...

Ficaria feliz demais!!!

http://mailsonfurtado.com

Mailson Furtado. disse...

Belo post!

Belo blog!!!

Muito bom, parabéns... Voltarei aqui mais vezes...

Wherever the Sunset disse...

Hola!!
Saludos desde España. Me encanta tu blog, es muy inspirador. Te seguimos.
Un beso

Aleatoriamente disse...

Oi Tuca,
Gostei dos poemas.
A autora com certeza estava inspirada.
Um poema...
Fratura exposta.

Beijo.
Fernanda.

Tamires Buliki disse...

Ah, obrigada também por seguir o blog! Estou aqui, com o maior prazer, retribuindo!
Beijo.

Bípede Falante disse...

E eu não quero falar do que me falta nem do que me sobra, que sobrarão confidências, e confidências soam melhor se no ouvido e não nos olhos, que os olhos gostam de lágrimas e não de gargalhadas, e eu sou, particularmente, muito mais fã do efeito dos risos.
beijos

Cynthia Osório disse...

Que beleza de caixa de correio, hein!

Gloria e Rogerio disse...

Adorei o seu blog,maravilhoso,já estou seguindo.
Rogerio Rinaldi designer de jóias e acessórios.
http://sbrincos.blogspot.com
Beijos.

Só Brincos disse...

Adorei o seu blog, maravilhoso, já estou seguindo.

Rogerio Rinaldi,
designer de jóias e acessórios

Lupe disse...

Sensacional a Márcia, Tuca!

Beijos

Tatuagem disse...

Maravilhosos poemas...se derretem na minha boca...

Beijos