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O que que a gaúcha tem?
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Sei lá o que que a gaúcha tem. Não conheço nenhuma, exceto a Luisa Maciel, essa pin-upsicóloga recém-formada que é minha sobrinha predileta (e única), e ainda a Lelena, a Jenny Paulla, a Andréa Godoy, as duas Márcia (Morganti e Terra Camargo), a Aline Chaves, a Daniela Delias, a Regina Menezes... mais umas 15 ou 55, no máximo.
Enfim, a gaúcha tem tudo que uma baiana tem, imagino. A única diferença talvez seja que nos pampas as mulheres sapecam mais pimenta na libido que na comida. (Espero que tal insinuação me redima do pecado de ter ido a Porto Alegre e só procurado a Luisa e a Lelena!)
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... ... A Marechala é fogo na roupa!
Bruna Costa Queiroz da Cruz Dutra D’Hermes Osório Peixoto da Fonseca Alves de Lima e Silva nasceu sob uma frondosa gabirobeira, durante um piquenique que seus pais faziam no acostamento da Rodovia Marechal Eurico Dutra. Quando ouviu sua mãe referir-se à importante estrada simplesmente como Via Dutra, a bebê indignou-se e pensou logo em ir atrás de um marechal que fosse tratado com mais respeito. Pensado e realizado: Bruninha largou os pais a se empanturrarem de sanduíche de mortadela com K-Suco e foi engatinhando até Marechal Deodoro. Em lá chegando, nova decepção: os próprios moradores referiam-se ao milico proclamador desse arremedo de república apenas como Deodoro – ou pior: Deô, Dedê, Deodó... Daí, tome gatinhas para Marechal Hermes, este, sim, um marechal respeitado por todos.
E assim começou a trepidante vida dessa moça horrorosa porém muito simpática e caliente – e bota calor nisso! – que atende pela alcunha de Marechala. Bem, atender, ela não atende, não... mas eu bem que me esgoelo:
– Tô congelando de saudade, Marechaaaaala!
Blog
da Bruna: Luz!
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A deusa do Grande Mar do Diabo
Adriana Araújo é do Maranhão,
estado cujo nome me evoca a idéia de mar + anhã + ão. Ou seja, o aumentativo de mar de anhã – forma sincopada
de anhanga ou anhagá, espírito mau, entre as tribos indígenas tupi-guarani,
ou o diabo, na interpretação dos jesuítas que as catequizaram. Que o Maranhão é
(ou foi) um mar de riquezas naturais, todo mundo sabe. Como todo mundo sabe (ou
deveria saber) que há décadas essas riquezas vem sendo solapadas por uma família
diabólica. Uma família, vamos dizer assim, sarnenta...
Mas a deusa Adriana é uma
riqueza que ninguém é besta de solapar. A não ser que queira sair no tapa
comigo e com seus outros milhões de devotos Brasil afora.
Cauê, cunhã*!
. . . . . . . . . . . . . . . . . . (*a cunha que nos arranca, com delicadeza, a sarna de anhã)
Blog da Adriana: Pólen Radioativo
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Lelena Terra papeia com Louise Brooks
Lelena –
És muito linda, guria.
Louise –
Você é muito mais. Parte da minha beleza é puro fingimento... coisa de atriz.
Lelena –
Tu ficas feia se quiser?
Louise –
Sim, mas só quando chove. Em compensação, enquanto o céu está nublado, só juntando
vontade de chover, eu sou o mais bonito que consigo ser.
Lelena –
Eu gosto de nuvens, mas não de céu nublado.
Louise –
Ora, boba, um céu nublado é uma multidão de nuvens se abraçando.
Lelena –
Bonito isso. Mas... não tem sol.
Louise –
Não, mas um céu nublado nos dá a única possibilidade de ver o sol nascer
durante o dia.
Lelena –
Bah, gostei. Como tu sabes tanto sobre nuvens?
Louise –
Eu leio num blog. Anote aí o endereço: bipedefalante.blogspot.com
Lelena –
Trilegal, Lou. Vou lá agora!
Louise –
Vamos juntas. No caminho eu lhe conto o que a Bípede Falante pensa de você.
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Nogaku da mãe
A
poeta Cris de Souza é também uma apaixonada intérprete de Nogaku, o clássico
teatro de máscaras japonês. Jamais, porém, comente sobre isso com ela, a não
ser usando o sinônimo Noh, porque Nogaku faz disparar o seu improperiômetro.
O
talento dramático, Cris o herdou da mãe, Zélia, que sob o nome artístico
Maricélia fez teatro de revista nos anos 60. Nossa poeta também já subiu no
palco para rebolar, fazendo uma ponta num espetáculo de Dercy Gonçalves. Não
chegou a estrear a peça, pois no último ensaio levou a estrela a demiti-la, por
concorrência desleal. É que para cada palavrão que Dercy soltava, Cris disparava
dois ou três – e sempre muito mais cabeludos!
Ah,
sim, na imagem vemos a máscara de Cris no corpo de Zélia. Isso, aliás, é o que
mais acontece:
a poeta larga o abacaxi para a mãe descascar e vai à luta na gandaia.
. . . . . . . . . Blog da Cris: Trem da Lira
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A
brasileira, em carne e roupa
Daniele Alvi’Negreiros é brasileira da cabeça aos pés. Já nasceu verde e amarela, e em poucos anos aperfeiçoou o seu nacionalismo vestindo as cores do único clube de massa do país. Como, leitor? O curíntia, o galo, o bahia, o framengo... são clubes de massa? Não, meu caro, esses são apenas times de manada. E antes que você se lembre do Palmeiras, informo que não me refiro ao macarrão, à lasanha ou ao nhoque da genética do velho Palestra Itália. Estou falando é do Fogão, o time da massa encefálica
. . . . . . . . . Blog da Daniele: Poetisa escabrosa
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E Deus criou Eleô
(mas o Diabo salgou a pátria criando
Nôra)
Eleô
Marino Duarte diz que Deus a criou da costela de um imperador; sua irmã gêmea Nôra
confirma, informando ainda que o doador é uma múmia egípcia. Eleô diz que faz doações
mensais para várias associações beneficentes; Nôra confirma, acrescentando que
as fundou para evitar que a irmã sustente picaretagens extrafamiliares. Nôra
depila-se semanalmente; Eleô é contra a eliminação dos dotes que Deus lhe deu:
cultiva vastos sovaquelhos, buço e uma pentelheira amazônica, atributos aos
quais se refere sempre no feminino, para enfatizar a sua feminilidade. Eleô dá
cambalhotas de rir quando alguém olha com certo nojo para o bigode de Nora e
ela, ingenuamente, comenta: “Ah, já vi que se encantou com a minha buça!”
Blog
da Eleô: Minha maninha é um docinho
Blog
da Nôra: As ferraduras da Eleô
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A primeira pessoa do plural
Um
dia eu encontrei o Cesar Cardoso na rua e começamos um papo sobre o sexo entre
estátuas. Lembro-me que ele falava da orgia zoófila que come solta entre
estátuas equestres, quando meu celular tocou. Era o próprio César, me ligando
de Itaquaquecetuba pra saber o resultado do jogo de purrinha da esquina. Eu não
sabia, então passei o celular pra ele e os dois ficaram mais de meia hora
falando mal de si mesmos.
O
César é assim, um sujeito singular por ser exacerbadamente plural. É capaz de
ir a mil lugares ao mesmo tempo, só para as pessoas pensarem que ele é ubíquo. Um esforço
desnecessário, pois todo mundo sabe que ele nasceu no Ubiquistão.
Algumas
de suas recentes aventuras ubíquas acabam de ser lançadas em livro pela Editora
Oito e Meio: As Primeiras Pessoas. Mais uma ótima multidão impressa desse
superpopuloso humorista, contista, poeta, cronista, autor infantil, teatrólogo,
roteirista de TV, fotógrafo, blogueiro, traficante de idéias alucinógenas, palimpsestólogo, taxidermista (empalhador
de taxistas) etc. etc.
Blog
do César: Patavina’s
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