domingo, 15 de maio de 2011

Pela fresta

Para Katinha, a terceira e mais bela teta do Paulim Saturnino.

Foi o teu mamilo direito que, pela fresta da blusa, piscou para mim no bar aqueles rosas de azular verdes anos acinzentados como os meus. Foram tuas ancas, a balançar diamantes degustáveis e guloseimas preciosas, que na tua ida ao banheiro esbarraram, derrubaram e mergulharam no meu copo todas as estrelas e cometas do meu bom senso paraguaio.

Foi a tua língua, pérola gel da tua ostra labial, que metamorfoseou-se em cardumes de borboletas e escorpiões para inundar de seiva vaginal todas as protuberâncias exteriores e vísceras que eu tinha e mais algumas criadas, alimentadas e devoradas por teus olhos, piões de gude incandescente, pipas que plantam luas no sol.

Foram tuas virilhas amazônicas cobertas pela densa mata onde moram teus dois vulcões que me engolfaram astronauta do teu além-infinito e me expeliram naúfrago de minha própria lava aquém-silêncio.

Foi o teu ventre atlântico que tragou todas as minhas esquadras e esquadrilhas de papel, enquanto minhas inabilidades manuais fingiam esculpir odes de ventania ao grande amor – relegando à gaveta os rascunhos para a bula do bálsamo que tu eras até que o auto-veneno que sou fizesse efeito.

Foi o teu pé esquerdo, o mais ecologicamente correto dos teus inumeráveis órgãos afetivo-sexuais, que me comunicou, num tiro de meta com a bunda mole da minha alma: – Vai à merda!

(E então nela cá estou, estilhaçado e mal perfumado, mas sem vergonha e serelepe, querendo saber se tudo está de fato decidido ou se ainda vamos ter o jogo de volta.

Fazer o quê? Teu mamilo direito continua a me piscar, em sonhos nas insônias sem fim, pela fresta esquerda do meu peito que teima em não cicatrizar, malgrado o persistente bombardeio de cataplasma de ponteiros de relógios digitais.)

Teopha . . . .

21 comentários:

Unknown disse...

catapultado por um anseio,


abraço

Bípede Falante disse...

Teopha, jogo um colírio ou então um copo de ácido nesse mamilo que pisca e manda essa moça correr porque a sua fresta esquerda está a se alargar e a criar dedos perfeitos para esbofetear uma vítima. Teopha, coloca um anúncio nos classificados, de procura-se um matador de mamilos tanto de direita ou de esquerda e envia junto com ele um bilhete com silicone à prova de cemitérios para a tal criatura com corpo de floresta já ir se habituando com a ideia do que pode encontrar em um próximo round. Teopha, vai até o espelho do seu banheiro e manda ele se explodir com essa bobagem de a gente ter de ter um amor por inteiro.
Beijo.
BF

Izabel Lisboa disse...

Um pé-na-bunda ao estilo tiro-de-meta nem sempre é definitivo, caro Teopha. Especialmente se um mamilo ainda está à espreita. Pode ser um intervalo de descanso para um estrondoso segundo tempo na pelada. Troque o uniforme suado por um limpinho, ajeite a pelota e bola pra frente, ou, se preferir, pimba na gorduchinha! kkkkkk
Muito bom!
Beijos

Rindo de nervoso... ainda disse...

Como dono da dita teta, e considerando-se a dedicatória cantatória para minha mulher... no fundo, bem lá no fundo, senti-me sobrante nessa história... 400 kms garantem nossas integridades, caro Teopha, a sua física, e a minha moral.

♪ Sil disse...

Teopha querido!!

Eu jamais poderia imaginar que um simples mamilo pudesse te deixar assim: Na arena.

Mas pra variarrrrrr, muito bom hehehehe!

Um beijooooo, meu queridão!

Suzana Guimarães disse...

Texto parido num impulso, na pressa, entre uma respirada e outra, exigente... assim me parece. Forte, esperançoso, apesar do 'pé na bunda'. Sente-se a força de um mamilo por sobre um homem, principalmente se estiver arrepiado, e, percebe-se que a torrente pode voltar a qualquer momento.

Um abraço,

Suzana/LILY

taio disse...

excelente

Eraldo Paulino disse...

A arte da conquista e sedução se dá pelas pequenas frestas abertas mesmo. Penetrar nos menores orifícios e garantir que o prazer seja o maior possível é a chave para os melhores orgamos e satisfações.

Belo texto!

O Neto do Herculano disse...

Pelas frestas
eu vejo o mundo.

Darel disse...

NICE ONE! :)

Ingrid Müller disse...

Olá!
Visitei seu Blog, gostei muito do conteúdo e estou te seguindo.
Parabéns!
Abraços.

Márcia Luz disse...

De todos os seus escritos, este o que mais gostei. Não pelos seios, claro, que cá já tenho os meus, mas sim pela fresta não cicatrizada no peito alheio, ferida exposta a mostrar que nada é fim. Parabéns!

Unknown disse...

Ah, eu queria ter meu corpo devassado por todos os olhos que vêm mamilos piscantes. Posso já adiantar que sou farta em carnes e curta em paciência, cozinheira aplicada, preguiçosa arrumadeira, generosa com as palavras, boa e más. Disponível no verbo, impossível no sonho.

Jorge Pimenta disse...

antes a totalidade pelas frestas do que a incompletude pela cortina descerrada.
abraço!

Katinha disse...

Teopha, tentei e tenho tentado, mas continuo sem palavras! Beijos.

Anônimo disse...

Good!!

ciao ciao from Rome
BExCLUSIVE MAGAZINE

http://bexclusivemagazine.blogspot.com/

MJFortuna disse...

Seu estilo é ótimo! Poético, ao mesmo tempo que surreal e bem humorado, denunciando alguma coisa que doe...

Um grande abraço

Maria J Fortuna

tempus fugit à pressa disse...

pela fresta ou pela festa

o putiguês tem tantas desambiguações

genetticca disse...

Tira mais uma teta que mil carretas. Esse é uma dita na Espanha.




Muito bom seu blog, ainda que já tenha tantos seguidores i possivelmente não precise de mais eu te doe a minha amizade .
Beijos

Graça Pereira disse...

Já vi muitas coisas piscarem...um mamilo, é que não! Atrevido, provocador...não completamente desinibido mas...pela fresta, muito mais oferecido e audacioso!
Adorei este texto!
beijocas
Graça

Domingos Barroso disse...

essas piscadelas desses tipos de mamilos é fatal
...

forte abraço,
camarada.