. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . 25.10.1975. –– .25.10.2010 .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ricardo G. Ramos .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Resta hoje o inquérito
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Porque o corpo sem voz
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Não serve mais
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Nem corre nem nada
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Porque no corpo sem vida
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Não batem mais
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Resta
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .A dificuldade técnica
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Do morto
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Subir no colchão
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Do morto
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Na grade metálica
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Da laçada de nó corrediço
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .De uma cinta de tecido verde
.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Eis a dificuldade única
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Do morto suicidar-se
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Do morto assinar-se
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Na TV colorida do sábado
Suicidado pela ditadura
O jornalista Vladimir Herzog, 38 anos, casado, pai de dois filhos e diretor de jornalismo da TV Cultura, foi encontrado morto, supostamente enforcado, nas dependências do 2ª Exército, em São Paulo, em 25 de outubro de 1975, durante o governo do ditador Ernesto Geisel. No dia seguinte à morte, o comando do Departamento de Operações de Informações e Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), órgão de repressão do exército brasileiro, divulgou nota oficial informando que Herzog havia cometido suicídio na cela em que estava preso.
A versão oficial foi refutada pelos movimentos sociais de resistência à ditadura militar. Uma semana após a morte do jornalista, cerca de oito mil brasileiros participaram de uma missa ecumênica organizada por D. Paulo Evaristo Arns, pelo reverendo James Wright e pelo rabino Henri Sobel.
Três anos depois, no dia 27 de outubro de 1978, o processo movido pela família de Herzog revelou a verdade sobre sua morte. A União foi responsabilizada pelas torturas e pelo assassinato do jornalista. Foi o primeiro processo vitorioso movido por familiares de uma vítima do regime militar.
Fonte: PortalTerra
30 comentários:
hola Zamagna,
no hay nada como la libertad en todo su sentido de expresión.
Lamentablemente mucha gente en Latinoamérica tiene los ojos cerrados todavía.
un abrazo matutino bajo la luz de la luna todavía a las 8:10 de la manana ^^
Muito importanteessa homenagem!
As pessoas precisam saber que pessoas como o Vladimir Herzog deram a vida para garantir a liberdade que hoje temos, que não é a ideal mas é muito melhor que aqueles tempos difíceis de ditadura.
Um abraço
Triste saber, e importante! abraços
Incrível do que somos capazes, ainda prefiro e preciso acreditar no resgate do homem, que somos humanos.
Boa lembrança, tava com saudade de passar por aqui!
Beijos querido
P.S - a palavra verificadora (VP) é lotou, pode ser, lotou o saco!
Nestes tempos estranhos em que vemos certas ideias, organizações e métodos que julgávamos haver desaparecido ressurgem de maneira escancarada, o alerta do caso Herzog é mais do que oportuno.
Abraço!
E as verdades vêem sempre à superfície, tal como azeite. Umas são lentas como o caranguejo, outras são rápidas como a lebre, mesmo que haja um caracol, por perto.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 25/10/2010
Uma época que não deixou saudade..
Um beijo, meu querido!
O Jaime já disse tudo, Tuca. Fatos como o assassinato brutal e covarde do jornalista Vladimir Herzog parece que são ignorados ou esquecidos por muitos brasileiros, que invertem a realidade, atribuindo aos que lutaram contra o terror a pecha de terroristas.
Abração
Um herói da democracia, um nome que jamais pode ser esquecido pelos que sonham e lutam por um Brasil de todos os brasileiros.
Parabéns pela sensível e competente homenagem, poeta Ricardo Ramos! Parabéns pela oportuna divulgação, Tuca!
Beijos
Um herói da democracia, um nome que jamais pode ser esquecido pelos que sonham e lutam por um Brasil de todos os brasileiros.
Parabéns pela sensível e competente homenagem, poeta Ricardo Ramos! Parabéns pela oportuna divulgação, Tuca!
Beijos
O tempo e a crueldade das coisas...
Qualo tamanho do desespero? Menor que o mar, maior que um grão de areia.
E amar é tão simples.
Tuca obrigada pela visita, amei!
Beijinho.
Fernanda.
Lembro-me perfeitamente do caso: foi tristíssimo!
Sempre estive atenta a esses acontecimentos, porque meu pai foi vítima do golpe de 64: nem é bom lembrar...
Postagem mais do que importante: necessária.
Grande abraço!
Belo poema! Emociona na medida certa a forma como o autor faz emergir toda o drama grotesco do episódio apenas recriando, com precisão cirúrgica, a cena criada e oficializada pelos capatazes do fascismo de então.
O verso final, perfeito pela ironia que desmacara a hipocrisia toda, é uma ponte para o presente de mentiras "oficializadas" através da TV que representava e parece ainda representar o obscurantismo mais cínico e perverso.
Bjs
la muerte de los sin voz, la muerte de los desesperados mudos que no saben, que no tienen un plato de comida, ni en sus venas corre sangre de libertad.
excelente post.
Tuca!!! Tuca... Tuca?!
Guri! O que foi aquele quase colóqui lá no meu microcosmos?
Primeiro, lisonjeada-validada ao cubo! Vindo de ti,dispensaria comentários. Mas mesmo dispensando eu não vou dispensar: amei, amei, amei.Tuas observações inteligentes (perspicaz o moço, para dizer o menos - isso tenho lido por aqui) e com a nota de humor que o tema pede, trouxeram pontualmente a antitese do universo feminino. Encaixe perfeito no artigo. Se tivéssemos combinado escrever juntos não sei se renderia daquele jeito, mas já fiquei imaginando o 'caldo' que dá teu substrato todo sobre a FEMEA rsrsssr.Adorei ela.
Segundo: Herzog.Nunca, em tempo algum, deve ser esquecido o símbolo do reconhecimento legal do descalabro que foi a ditadura. Obrigada por fazer lembrar a todos nós.
Beijos.
Há fatos que não podem de jeito nenhum serem esquecidos. E no entanto, parece que muitas pessoas sempre dão um jeito de esquecê-los...
Estes casos são importantes serem divulgados...não só porque Herzog merece ser homenageado mas tambem porque, hoje em dia, a democracia apresenta alguns sintomas de estar doente...mais vale prevenir!!
Beijo
Graça
Época difícil! E foram muitos os heróis.
Anga,
começa fazer origami pelo aviãozinho, é mais fácil do que fazer bolinha de papel e ficar por aí causando traumatismo craniano em político safado!
BeijooO*
Herzog é quase um Tiradentes, Tuca. A diferença é que foi condenado, sem julgamento público, a ser a vítima e seu próprio algoz. A ditadura militar soube ser bem mais dissimulada e maquiavélica que a Coroa portuguesa.
Belo o poema do Ricardo!
Um abraço
Não li nada no Globo a respeito desta data tão importante para a história política e social do Brasil, Tuca. Parece que a baixaria que o jornal está promovendo na campanha presidencial é mais importante...
Forte e comovente o poema do Ricardo Ramos!
Beijos
Tem razão, Rebecca. Mas acho que aos poucos nós, latino-americanos, estamos caminhando em direção à liberdade, à medida que temos procurado nos unir por uma independência econômica em relação ao controle predatório da política norte-americana no continente. A consolidação do projeto do Mercosul - e o não à Alca ou similares - já será um passo gigantesco nessa direção.
Viva a lua matunina, que é a futura mamãe do sol noturno!
Beijos
Incomparavelmente maior, Rick. Pena que tenha gente que não veja assim, como se tivesse saudade das trevas da opressão social, econômica e cultural.
Abraços
Mais triste que saber, Ives, é o risco de reviver. Que o novo seja sempre realmente novo, sem elos com o passado que acorrenta!
Abraços
Podemos acreditar, Patrícia. Basta estarmos atentos, prontos para lutar por isso.
Saudade também da sua presença sempre festiva e estimulante.
Beijos
Você disse tudo, Jaime. Esse é o ponto!
Abraços
Verdade, Jorge Manuel. Se bem que às vezes fico na dúvida se é a verdade que ascende, à medida em que o tempo a vai tornando leve e suportável, ou se a mentira é que acaba afundando, gorda de tão porca que é.
Abraços
Não deixou saudade em nós, Sil. Porque o que tem de viúva da ditadura por aí, tramando nas (e clamando pelas) trevas, "não tá no gibi", como se dizia naquele tempo.
Beijos
Sim, Aloísio. Essa prática de inverter a realidade é velha. Mas, infelizmente, continua atual. O caso recente mais clamoroso foi o protagonizado pela grande mídia conservadora, que acusou a Petrobras de atentar contra a liberdade de informação quando a empresa criou aquele site para publicar na íntegra as entrevistas de seus dirigentes e técnicos que eram "editadas" por veículos da grande mídia.
Abraço
Agradeço pelos parabéns ao Ricardo e a mim, Regina. Parábens pra você também, e em dose dupla: por seu comentário sucinto e perfeito e... por nos dar parabéns!!!
Beijos
Sensacional, Tuca. Fiquei muito emocionada com a lembrança desse trágico e abominável episódio, com o belo poema do Ricardo G. Ramos e com o sensível aproveitamento da foto (se não me engano, a última do Herzog vivo).
Beijo!
Tuca, passeando cheguei aqui... que bom alguém lembrar de Herzog.
Era aluna dele em 1975!
abs
Jussara
Muito bem lembrado, Tuca!
Infelizmente, a alcatéia que matou Herzog e tantos outros bravos e dignos brasileiros continua à solta, e mostrando as garras nesta campanha eleitoral.
Que as urnas lhe dêem mais uma lição!
Abração
Te dejo un abrazo.
Ayyy...esos raros suicidios involuntarios...
É sempre bom passear por aqui, voltamos com coisas boas!
B-Jos.
Mil gracias por tu visita y tu comentario. Eres bienvenida a mi blog.
Un abrazo,
Mario
enquanto isso nos palácios da terra brazilis Romeu Tuma recebe homenagens de TODOS os lados e minutos de silêncios incompreenssíveis...
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