sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Eus, em nome da vida que resta

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Oremos pelos seres repulsivos criados

por Deus à sua imagem e semelhança

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Que sejamos eus um homem simples e bom. Que gostemos eus das folhas verdes nas quais não pisaremos nem mesmo quando, já amarelecidas pelo sol a cada verão mais causticante, quedarem-se todas ao chão de uma vez para sempre. Que sigamos eus em procissão sem rumo com os besouros lacraias minhocas baratas pulgas sanguessugas percevejos lesmas escorpiões... eles e eus que somos tementes ao deus que nos criou à sua imagem e semelhança. E logo, posto que não haverá de tardar para que as condições propícias à vida humana se esgotem neste planeta cujo nome se perderá junto com a memória do derradeiro homem – eus –, haveremos de nos elevar em oferenda ao pasto das espécies por ventura ou desventura escolhidas pela natureza para perdurarem, ainda que por brevíssimo tempo, tão-somente graças à nossa alma humana divinizada e à carne divina humanizada que elas devorarão em êxtase dionisíaco. Em nome da vida, pela eternidade da morte. Amém.

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Ilustra esta postagem o quadro Methusalem, do genial George Grosz (1893-1959).

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4 comentários:

Edélsio Tavares disse...

que merdaa é essa,po?!Não entendi xongas...
Fica na tua, comédia, e volta pra sacanagem.
É disso que tu entende. É disso que o povo gosta.
e o ddesenhom então?!?!?!
FALA SÉRIO!!!!!

Tuca Zamagna disse...

Tu nunca entendeu xongas mesmo, Edélsio. Volte você, de ré, pra sacanagem, que é de tarraqueta que você e o povo gostam.

JPVeiga - Variz da Meiga e Mariz Conzê disse...

Esse papo meio Fígado de Prometeu, me lembrou poesia escrita ainda não se sabe por qual heterônimo meu, que seguem brigando pela paternidade... ô turma.
Mas, o que vem de baixo só nos atinge quando sentamos em um formigueiro, o resto, é pinto - êpa!

SEXO, VERBO TRANSITIVO

Eu falo
Tu clítoris
Ele/a hermafrodita
Nós androceus
Vós gineceus
Eles/as androginam

Tuca Zamagna disse...

Legal, JP, sua conjugação desse verbo danado de complexo mas gostoso que só ele. Tive uma coluna do gênero num almanaque que eu fazia para a revista MAD em 81/82. Chamava-se "Verbos Estupidamente Irregulares" ou algo assim. De cabeça, só me lembro de uma conjugação inteira, a do verbo moscar:

Eu mosco
Tu mosquita
Ele moscatel
Nós moscada
Vós mosqueteiros
Eles mosquetão

Abração