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O não-nascido denuncia em seu livro
o desaparecimento do texto sagrado
Não poderíamos deixar de postar aqui esta denúncia, não só por sua relevância histórico-sócio-político-econômico-religiosa, mas, sobretudo, em virtude da estrondosa repercussão negativa das três postagens anteriores de trechos da mesma fonte: os originais datilografados – e compulsivamente emendados à mão – da Autobiografia de um que nunca nasceu, de Fiophélio Nonato.
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Este é mais um texto do Anexo I, cujo título tanto pode ser o riscado "Sementes híbridas de frutos estéreis", como o mal apagado "Receitas para vencer na vida sem precisar nascer", ou mesmo o carimbado "Arquivado e foda-se!" Ei-lo:
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Dizem que Salomão, ao determinar que o Grande Testamento deveria, depois de escrito, ser dividido em dois – o Velho e o Novo –, pretendia evitar futuras picuinhas entre Judeu e seu irmão caçula Cristão. Dizem, também, no entanto, que o sábio monarca não teria previsto o retorno vingativo e cruel do que nunca partiu: o com terra sem terra Palestino. Falácia. O velho Saloma escreveu de próprio punho um terceiro testamento direcionado ao povo não-povo da Palestina, que deveria vir a público somente em meados do 15º século depois do nascimento do filho judaico-cristão da Maria e do Espírito Santo (na época ainda não se aventava a participação coadjuvante do José como pai de fachada). Por que tanto tempo? Ora, era notória a desconfiança salomônica quanto à isenção dos copistas de documentos com relação ao futuro-longínquo conflito: ele acreditava que, na transcrição de pergaminho para pergaminho, seriam introduzidos nos manuscritos – como já então era hábito entre os encarregados das transcrições – um catatau de distorções casuísticas, maledicências, garatujas pornográficas, fofocas de programas sobre famosos, e outras inconveniências palimpsestuosas; e já previa que, em 1400 e lá vai pedrada, surgiria um certo Gutemberg para dar uma prensa na casta sacerdotal judaico-cristã e sua exclusividade sobre a produção intelectual.
Que fim levou o Terceiro Testamento?
Perguntem ao rabino ou ao bispo – qualquer um, local ou universal. Melhor: perguntem ao papa – o do Vaticano ou o de qualquer outra igrejinha das altas esferas do poder político-econômico. Quanto a mim, essa pergunta eu só faria ao Bigorrilho, um que, se é que nada entabulava com papas, ao menos comia mingau.
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9 comentários:
Você acha bonito o que esse idiota filho da puta escreve?
M.R.
Tudo o que posto aqui, seja meu ou de outras pessoas, é porque me parece bom. Ou bonito, vá lá.
Quantos aos comentários, nem sempre os aprovo, mas publico mesmo assim. Até alguns horrorosos e anônimos.
O Bigorrilho tirava o cavaco do pau e vc? que coisa...
Vou tentar encaminhar a sua pergunta para o Nonato, caro Anônimo. Aí vocês que resolvam a "coisa", vendo quem tira o pau e quem põe o cavaco, ou vice-versa.
Caro Sr. não gostei do tom jobim da sua conversa. quero deixar bem claro que sou escuro, Anônimo é meu sobrenome e não me escondo de ninguém (tá bem... me escondo do governo, mas isso todo mundo faz...) Achei sua resposta um tanto o quanto oblíqua ou não... e quem é Nonato? o não nascido... quero falar é com o Renato - o re-nascido!
Nominado Anônimo, perdoe a nossa falha. É que são tantos os anônimos sem nome que aparecem por aqui que acabamos por não reconhecer o desanonimato de um legítimo Anônimo. Quanto ao Renato, não dispomos de nenhum para lhe oferecer. Vá à luta, negão, se vira que logo você encontra um.
Ei, Anônimo! Seu primeiro nome por acaso é Antônimo? Se for, somos homônimos!!!
vocês são primos do Hormônio?
Somos. E você, tem parentesco com o Abominável?
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