domingo, 6 de dezembro de 2009

Na urgência do Miguel Couto, um tubarão virou boto!

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"No pronto-socorro do Andaraí
Tu entra cajá e sai caqui."
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O título desta postagem é parte da letra do samba O Sandoval tá mudado (Maurício Tapajós, João Nogueira e Aldir Blanc), bem como a epígrafe acima (esta redundância se impõe, porque, em postagem sobre atendimento hospitalar público, tudo pode acontecer, até epígrafe se estabacar no rodapé do texto, mal parada feito um epitáfio).

Lembrei-me desse ótimo samba por causa de uma amiga, Roseane Luz, minha querida Rose Karrão. Internada dias atrás no Hospital de Ipanema, para se operar de um quisto no ovário, acordou no dia seguinte com uma ótima notícia: já podia ir para casa. Da funcionária do hospital que lhe comunicou a alta recebeu também um envelope com o laudo pós-operatório. Como é curiosa e alfabetizada, Karrão tratou de lê-lo na hora, ainda a tempo de questionar a funcionária sobre o que lera. Pois não é que lá estava escrito que não encontraram quisto algum em nenhum de seus inúmeros ovários? Em compensação, para ela não sair de lá de mãos abanando, diagnosticaram um problema no divertículo intestinal (não, divertículo não é aquele vestíbulo que muitos usam para diversão).

Agora, nova radiografia revelou que o danado do quisto, ou seja lá o que for aquela mancha sem graça, continua lá, enchendo o saco do ovário da Rose. Pode ser uma ilusão de ótica radiológica. Ou, especulo com meus botões, uma projeção fantasmagórica do tal problema diverticular. A médica dela acha que deve ser feito um acompanhamento e, conforme a evolução, fazer uma cirurgia.

Bem, você decide, Karrão. Quanto a mim, fico só torcendo para que não seja necessário operar. Mas se for, espero que você o faça em outro hospital. Não que eu acredite que haja algum melhor, mas não custa dar uma variadazinha, né? Porque você já comprovou, minha revisora predileta: no Hospital de Ipanema, tu entra coração sem til e sai língua com trema! E, se os médicos estiverem num dia inspirado, pode até ganhar de brinde, conforme constará no laudo pós-operatório, uma operação de fimose...

Há precedentes, e bem mais graves. Como foi o caso do Sandoval, cuja mudança referida no título do samba é assim explicada, na letra, pelo Aldir: "Mas o pior sucedeu a um tio meu lá no Rocha Faria... ai, ai, ai, ai, entrou Sandoval, saiu Ana Maria!"¨
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4 comentários:

Anônimo disse...

Muitos anos atrás, um rapaz foi internado no Getúlio Vargas com as pernas quebradas num acidente de carro. Uma começou a gangrenar e tiveram que amputar. Só que amputaram a pernas errada...

Mario Blanchinni

Tuca Zamagna disse...

Sejamos otimistas, Mario. Ainda bem que amputaram a perna errada. Se fosse a certa, não daria para corrigir, né?

Karrão disse...

A história foi mais ou menos essa, com algumas pequenas variações que não ferem o que foi colocado aqui. A verdade é que vou começar do zero e como nos hospitais públicos o atendimento costuma ser "super-rápido", quem sabe se em 2011 estarei passando por nova cirurgia, torcendo pra que não saia de lá "Sandoval"?

Tuca Zamagna disse...

Algumas pequenas variações???
Eu faço um esforço do cacete pra embaralhar e avariar a história toda e você vem me acusar de reles pequenas variações?

Vou parar de blogar. Nem mentir no capricho eu sei mais. Tô virando aquele velho pescador que sempre dizia que pescou muita piaba do tamanho de uma baleia, até que um dia deu de dizer que andava pescando umas baleias tão miúdas que as fritava todas juntas na frigideira.

Beijos, Sandova