segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Efeito colateral

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Uma história de amor e sexo
ligeiramente picante no final

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. . . . . . . . .. . . , . .. . . . . . . . . . . . . . . . Hélio Jesuíno

Baixinha chupava um caralho no ritmo de quem escova os dentes quando está atrasado para um compromisso, e com a delicadeza de um bate-estaca. No primeiro jorro da ejaculação, tirava o pau da boca, cuspia pro lado – sempre em cima dos meus chinelos! – e continuava, até muito além do final, numa bronha ainda mais acelerada e rude que o boquete, alongando tanto o movimento para baixo que, quase sempre, acabava me acertando uns cascudos nos bagos. Se eu tentasse interromper propondo inverter o mando de campo do jogo oral, ou quisesse partir logo pra trepada, ela estrilava, à beira da histeria: “Ah, não, não, não. O que eu mais amo na vida é ver meu quentinhonhoco gozar gostoso enquanto eu sacudo seu pipiu e lambreco o lençol todo!”

Mas não foi por nada disso que a joguei pela janela.

Baixinha passou sua última semana de vida perguntando, com um ar estúpido, encharcado de piedade, toda vez que eu me recusava a beijá-la: “Ah, meu quentinhonhoco, seu dentinho ainda está delorido?” Bem, esse já seria um motivo justo para jogá-la pela janela. Ou a maldita mania de botar no lixo toda comida que encontrava na geladeira, para fazer outras, geralmente as mesmas, e com aquele tempero que, dizia ela, só eu faço igual eu. O mais irritante era que a comida “velha” tinha sido feita na véspera, e por ela mesma! Em compensação, jamais precisei me preocupar com a cozinha nos oito meses em que convivi com a Baixinha, nem lavar e passar roupa, nem fazer faxina na casa. Motivos suficientes para livrá-la da sentença de lançamento pela janela pelos crimes de desperdício de comida e de ser, com uma regularidade impressionante, um desastre afetivo-sexual.

Na verdade, talvez eu a tenha jogado pela janela somente por falta do que jogar pela janela. Já havia jogado o rádio-despertador, o aparelho de som, a TV, meu conjunto de halteres, um vaso de comigo-ninguém-pode e todos os volumes da Enciclopédia Britânica de 1958, única herança de meu pai. Mais cedo ou mais tarde teria mesmo de ser a Baixinha. Porque eu não agüentava mais aquela cantilena nojenta do marido dela, toda noite, na porta do prédio, embaixo da minha janela no terceiro andar: “Messimélia, meu amor, já saí do escritório e estou a caminho do nosso lar. Não demore muito, viu? Vou fazer aquele jantarzinho especial que você tanto aprecia, minha neguinhonhoca.”

Juiz, jurados, imprensa, opinião pública, amigos, família... ninguém entendeu que a morte da Baixinha, porra, foi apenas efeito colateral de um remédio amargo mas necessário: matar aquele corno despudorado. Mas como errei o alvo, tudo não passou de uma simples tentativa de assassinato. Se é que pode ser assim considerado tentar livrar a humanidade de um cretino já morto há pelo menos oito meses.
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6 comentários:

Anônimo disse...

Até que enfim tu posta um lance que presta, cara. Mas é só no início porque depois tu mata a baixinha e o resto é só nhênhênhê. Quem é a dona daquele peito gostoso que aparece saindo debaixo de uma cortina lá no alto do blog?

Aristides Matheus

Tuca Zamagna disse...

Ela é sexagenária, paraplégica - perdão, "portadora de necessidades especiais" - e chama=se Paulo Roberto.

Vai devagar, Aristides. Marturbação pode matar, sabia? Mais de uma dúzia por dia é fatal!

Rose disse...

Adorei, amei essa história da Baixinha. Continue com essa verve ejaculatória por muito e muito tempo. bjssss Karrão

Tuca Zamagna disse...

Deus te ouça e fique na dele, como o diabo gosta!

Assim que sua neta estiver mais crescidinha, vou convocar toda a imensa família Karrão para uma karreata em prol da fartura ejaculatória de toda a humanidade.

Beijos na frota toda

Unknown disse...

Essa "baixinha" é de encomenda... parece com alguém que conheço (muito bem), euzinha na geladeira a jogar coisitas fora.
Gostei de+ do batismo quentinhonhoco/neguinhonhoca bjkas continue com o seu KENTINHONHOCO

Marquesa disse...

hahahahahahahahaaaaaaaaahahahahahahhahahaha...


hahahaha...socorro...hahahahaha..hahaha...hahahayhahahahahaha....haha.