Mamãe
Noel
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Para
quem acredita em Papai Noel, o Natal é sempre no dia 25 de dezembro. Mas para
quem tem crença diferente dessa, o Natal pode ser em qualquer dia – inclusive hoje, 20 de fevereiro! É o meu caso, que só acredito – e piamente! – na Mallu Fonseca,
toda vez que ela resolve desfilar pela Praça São Salvador vestida (?) de Mamãe
Noel. Ou de Coelhinha na Páscoa, Fogueteira Junina, Comissão de Frente e Traseiro no Carnaval, Monumento dos Pracinhas no 7 de Setembro... ou até mesmo de Caramboleira Reboleira no Dia da Árvore.
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A
Senhora dos Valões
Lilian
Juns Borges, ou a cada dia mais bonita e popular Lili Valone, é fundadora e
presidente da Amavalão – Associação dos Malemolentes das Valas, Valetas e
Valões –, entidade que visa a defender os direitos e lutar pela liberdade de emporcalhamento
dos indivíduos que vivem à beira, à tona ou nas profundezas das valas afrodescendentes,
os esgotos a céu aberto que existem em milhares de comunidades por esse Brasil
afora. Ave Valone, ave valoneiros!
Estamos com vocês pro que der e vier – exceto
visitá-los em casa.
A
psicophia Loren
A
psicóloga e psicanalista Marcia Queiroz, a Sophia Loren da Zona Oeste do Rio de
Janeiro, é uma personagem criada em conjunto pela imaginação poderosa da
multiartista Sra. Raíssa Medeiros e pela necessidade compulsiva de mentir do
andarilho e poeta Seu Juca Sem Fio. Trata-se de uma criação tão perfeita, mas
tão perfeita... que Marcia Loren anda por aí numa boa – em carne e osso! –, e sempre
envolvida no atendimento de milhares de malucos de todos os tipos – inclusive
Raíssa, Seu Juca e eu!
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Barbieluaê
O
lançamento natalino da Tania Contreiras é uma explosão de sucesso no mercado de
brinquedos infantis. A Barbieluaê, que vemos na imagem acima, já é líder absoluta
em vendas em Salvador e em todos os municípios norte-americanos, europeus,
africanos, asiáticos, australianos e paraguaios da Bahia! A baianíssima bonequinha fala, sem demonstrar preguiça, diversas palavras,
como: mainha, painho, axé, porreta, qué chupeta
com pimenta!, cadê caê? Mas se alguém apenas sussurra a palavra trabalho, ela já
abre o maior berreiro!
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Cada
um despetala a Margaryda como pode
Margaryda
Brito posou para o grande Elvgren. Lindo, não? Mas ela se achou magrela e encomendou
a outro artista, o Baron, uma turbinada em certas partes. Ficou bem boazuda, mas
eu prefiro a versão original, muito mais delicada e luminosa, atributos
essenciais à aura de feminilidade. E essa Margá barônica tem um rosto duro, uns
ombros largos e um pesão que... não sei, não, viu? Além disso, por que um
cordão tão curto para o crucifixo? Na certa o desenhista quis evitar que Cristo
mergulhasse no abismo de pecados do decote. Pô, que maldade, rapaz! Jesus
também é filho de Deus...
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The Jingle Cupid
Sayonara Melo é o único habitante da Amazônia que incorpora o
poderoso e enigmático Jingle Cupid, entidade que se diz – em inglês texano,
sempre em inglês texano – filho bastardo do John Wayne com a Curupira e pai do
Boto com mãe desconhecida. Como o filho famoso, ele é acusado de engravidar
muita gente por toda a vasta área amazônica, com a diferença que o Boto age
diretamente e tem preferência por mocinhas em geral virgens, enquanto Jingle
Cupid apenas induz a paixão, o desejo incontrolável e a gravidez entre duas
pessoas – sempre homens e sempre carecas. Nas imagens acima vemos, à esquerda,
Sayonara/Cupid caçando carecas na selva e, à direita, celebrando a união
amorosa e a iminente gravidez entre duas de suas felizes vítimas. O mais
romântico dessa história é que ambos os carecas parem. Meio a meio, isto é: um pare
meio bebê da cintura para cima, o outro pare a parte de baixo. Não é raro
ocorrer, durante a montagem das duas partes do recém nascido, uma pequena
distração dos pais, que colam a parte de baixo para trás e assim geram – que
fofo! – uma curupirazinha.
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P R O MO Ç Ã O I M
P E R D Í V E L
Dois Tucassos
pelo preço de um Picasso!
Luiza Maciel Nogueira (no alto) e Carla Diacov (acima) são duas
das muitas meninas de rua que Paolo Tucasso transformou em celebridades engordando,
esqueletiquizando, amarfanhando, esquartejando e até liquidificando seus corpos
ao retratá-las em quadros que não passam de cópias e fusões malfeitas de obras de
um pintor andaluz cujo nome agora me escapa, meros pastiches que fazem tremendo
sucesso no ora esquizofrênico ora demente mercado de arte. Luiza também pinta
quadros, mas não os vende por dinheiro nenhum: só aceita cheque, cartão ou
vale-refeição. Carla escreve – só sobre ovos, mormente os de colibri, lagartixa,
borboleta e outros animais de fiofó ainda mais apertadinho. “Sou – define-se –
uma escritora barroco-minimissimalista e de alma tão oval quanto o reto dos poedeiros.”
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PIN-UPET
O superxodó das gatas caninas
Bono Terra Camargo é um dos bons partidos mais cobiçados pelas
moçoilas da alta sociedade canina portalegrense. Mas o bon vivant gaudério não quer nada com compromisso, gosta mesmo
é de pegar de vez em quando uma beldade bem carnuda e comê-la até os ossos –
que depois enterra na memória para um
dia desenterrar e se gabar um pouquinho com os netos, bisnetos e tataranetos de
seus parentes e amigos. O diabo é que sua
empresária, Lelena Pestebiped, discorda dessa pacata filosofia de vida, e não passa
um segundo sem tentar comprometer o coitado do playboy, assoviando e acenando com
promessas de casamento para qualquer senhorita vira-lata que passe na rua, na
chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê.
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PINAPOS
O pai do João Marcelo
Paulo Marcelo Sampaio é uma rara orquídea alvinegra, encontrada apenas
no interior de um pequeno vulcão ativo das Ilhas Diomedes, no Estreito de
Bering. Nas horas vagas – geralmente, não
mais que 23 por dia –, ele exerce a sua maior virtude: ser pai do João Marcelo,
um menino muito inteligente, sensível e criativo que volta e meia sai com umas
tiradas sensacionais. Certa noite em que estávamos na Praça São Salvador, Paulo
ia com não sei quem fazer não sei quê lá não sei aonde e deixou João, então com
5 anos, aos meus cuidados. (Na verdade, foi o contrário: eu é que fiquei aos
cuidados do João, que é esperto o bastante para perceber que, se me perde de
vista por um segundo, dou logo um jeito de, por exemplo, ser atropelado por uma
carrocinha de pipoca). De repente, reparei que o menino parara de correr pela
praça e estava com as mãos na virilha. “Tá querendo ir ao banheiro?” –
perguntei. E ele, seríssimo: “Não, obrigado.” Insisti, achando que ele estava
com vergonha de admitir a urgência: “Vamos lá, eu também preciso ir.” “Então vai, mas eu não posso sair daqui agora,
não”, me despachou, ainda com as duas mãos cobrindo as partes. “Por que não,
João Marcelo?” E ele, compenetradíssimo: “É que vão cobrar uma falta
perigosíssima contra o Botafogo e eu estou na barreira.”
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Não te empresto mais meu piano, Beto!
Depois de desbravar o velho oeste mineiro e todo o cerrado
norte-americano, Roberto Lima ganhou o mundo com seu show de variedades comandado
por Buffalo Betto, alterego dele e de um bispo por quem se apaixonou durante um
número de strep-tease apresentado pelo sacerdote, onze freiras e um sacristão boiola
ao longo do Caminho de Santiago. Roberto
casou-se com os treze e incorporou ao seu show itinerante o número deles, delicadamente
incrementado com a participação de dois tigres, seis leões, 19 cascavéis e uma
ave que sabe de cor o best-seller Meninos de São Raimundo: um mutum vesgo e perneta,
presente da professora de música Lina Mendes – que está oferecendo novos horários
para belzontinos interessados em aprender a tocar piano através de um método
inovador e muito divertido, porque implica que o aluno suba dois andares de
escada até o apartamento dela levando nas costas o seu próprio instrumento,
obrigatoriamente de cauda.
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As velhotas assanhadas do 2º andar
Ediney Santana achava que resolveria todos os seus problemas
financeiros alugando o segundo andar de sua mansão à beira mar para quatro anciãs
muito simpáticas. Vai nessa, meu rei! As velhotas são da pá virada: vivem
peladas e aprontam confusão o tempo todo. Meio surdas, só ouvem seus quase
centenários discos de charleston e foxtrot no volume máximo de um gramofone. E
cantam aos berros e dançam como se cavalgassem pela casa. Toda hora deixam cair ou jogam coisas pelas janelas:
de calçolas e espartilhos a garrafas vazias e vasos de plantas, de cascas de
frutas e legumes a guimbas acesas de cigarro e charuto. Numa discussão há duas
semanas, uma delas jogou uma bigorna em outra. Infelizmente, para Ediney, a
velhota errou o alvo e a bigorna caiu no chão, entrando pelo teto da despensa
do poeta e esmagando vários produtos, inclusive sua sagrada garrafa de pimenta
malagueta. Agora foi a vez do gramofone, que não quebrou nada mas acordou
Gilberto Gil que dormia na rede. O compositor, com a calma que lhe é peculiar,
disse: “Se precisar, Ed, me chame que lhe ajudo a dar umas palmadas nas avozinhas”.
E voltou a dormir.
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O outrora marombeiro Tuca Zamagna
Já fui bem fortinho, meninas, tão pensando o quê? Aos seis meses
de idade já malhava ferro de 5 quilos em cada braço. Mas parei de malhar com 2 anos e
pouco, quando me tornei esse armário de quatro portas que vocês estão vendo na foto. “Por que parou?
Parou por quê?” Bem, o problema é que a malhação estava aumentando legal todos
os meus músculos – exceto um, o principal, que, ao contrário, definhava a olhos
vistos. Ou melhor: a olhos com lupa entrevistos! Minha babá, a Enedina Odete, até que
se esforçava para incentivar meu nanobilau a crescer, lançando mão – e principalmente
boca – de uma fisioterapia caprichadíssima. Tudo em vão. Mas a pá de cal nessa
minha onda de ser o supergostosão da creche foi um diagnóstico médico: o doutor disse
que o fortalecimento muito acelerado estava me causando velhice precoce. De
fato, reparem bem, até pés de galinha eu tinha!
(Como, Paulinho Saturnino? Se eu sentia prazer durante as
sessões de fisioterapia com a Enedina Odete? Claro que não, mano véio. Com aquele gravetinho eu não sentiria nem dor, caso se ele fosse esmagado, eletrocutado ou mesmo cortado fora. E quer saber? Nem o diabo da Enedina Odete sentia nada. Levei alguns anos para chegar à
conclusão óbvia: aquela sonsa só me usava para palitar os dentes!)
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