domingo, 28 de março de 2010

A função do trabalho

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. .. . . .Prof. Edson Rocha Braga

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Como é sabido, o trabalho inibe o crescimento.

Testes realizados no campo, nas minas, nas fábricas, nos escritórios confirmam há muito essa teoria.

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. . . . . . . . . . Sem a menor margem de erro, comprovou-se que o ser humano pára de crescer tão logo se dedica ao trabalho.

. . . . . . . . . . Nas crianças, a inibição não chega a ser completa, mas já está também fartamente constatada. A realidade é que as crianças que trabalham não param de crescer totalmente, como os adultos. Mas elas só crescem fora dos períodos de trabalho – quando brincam, comem, dormem ou tomam banhinho. Verifica-se que em grupo sociais onde o hábito do trabalho infantil é acentuado – como em favela ou lavoura – as crianças crescem com mais parcimônia.

. . . . . . . . . . A inibição do crescimento proporcionada pelo trabalho nos permite observar quão sábia é a natureza, posto que se o ser humano continuasse crescendo após começar a trabalhar iria ter que trabalhar cada vez mais para manter o crescimento.

. . . . . . . . . . Esse círculo vicioso só poderia ser detido mediante o abate do indivíduo a tiros.

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Cumé quié, e-leitor?

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sábado, 27 de março de 2010

Seu Juca Sem Fio, um andarilho

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Conhecemos Seu Juca Sem Fio em Bangu, Zona Oeste do Rio, região pela qual ele circula, preferencialmente. Foi através dele que tivemos acesso aos originais da Autobiografia de um que nunca nasceu, de Fiophélio Nonato, de quem é amigo.

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Há tempos queríamos entrevistá-lo, mas não conseguíamos encontrá-lo. Agora isso se tornou possível porque descobrimos o endereço de um de seus “escritórios”, o Bar do Luís, em Vila Valqueire. E para lá fomos nós – Elza Magna, Anga Mazle, eu e Raíssa Medeiros, jovem e talentosa fotógrafa que nos foi apresentada pelo próprio Seu Juca. Ao ver a máquina fotográfica, ele logo perguntou: “É para a Playboy?” Rimos, e ele: “Se for para qualquer coisa menor, não posso, nem pelado nem vestido.”

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Tudo bem, vamos de ilustração mesmo para este longo papo (nesta e em pelo menos mais uma postagem) com o andarilho mais culto e misterioso do Rio.

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Tuca – Seu nome é Joaquim, Seu Juca?

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Seu Juca – Não, é Juca.

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Tuca – Mas, e o nome da certidão?

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Seu Juca – Sei não. Nem conheço essa senhora.

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Tuca – O senhor nunca usou o nome completo?

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Seu Juca – Tentei. Ninguém agüentou ouvi-lo até o fim. Mulher não agüenta nem um terço.

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Anga – Qual é o seu nome todo?

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Seu Juca – Juca Sem Fio de Telefone de Cabelo de Alta Tensão da Navalha da Meada de Todas As Outras Coisas Com Fio Ou Pavio Ou Desafio Quem Sabe O Que Se Pode Ou Não Se Pode Ser Ou Não Ser Nesta Vida Fiadora Desfiadora Enfiadora Desenfiadora Reenfiadora Quando Na Telha Lhe Dá Entrementes Outrossim Por Outro Lado...

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Anga – Tudo isso?

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Seu Juca – Essa não agüentou ouvir nem um décimo.

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Anga – Perdão.

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Seu Juca – Desculpar, eu posso. Perdoar, jamais. Perdão é coisa do Capeta.

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Elza – Não era de Deus?

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Seu Juca – Se era, foi. Possa ser que usou um tanto, largou num canto e o Demo levou.

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Tuca – O senhor é conhecido em toda a Zona Oeste do Rio. Sempre morou por aqui?

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Seu Juca – Nunca morei aqui. Na verdade, não morei um pouco em cada pedaçinho deste planeta.

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Anga – O senhor conhece o mundo todo?

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Seu Juca – Conheço esta Vila Valqueire em que estamos. Quando aqui não estou, desconheço. Não sei nem se é vila ou vilã. Mas... acho que me lembro vagamente de todo o Brasil.

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Elza – Esteve em todos os Estados?

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Seu Juca – Não, só nos que contam.

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Elza – Quais?

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Seu Juca – Os Unidos. Os nossos três não prestam nem pra troco.

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Anga – Três?

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Seu Juca – Ou quatro, se já inauguraram a Bahia.

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T.uca – Os três seriam Rio de Janeiro, São Paulo e...

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Seu Juca – Só os três que citei sem citar. Que esses dois aí não existem.

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Tuca – Estamos em Vila Valqueire, que fica na capital do Estado do Rio de Janeiro. Logo... nós também não existimos.

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Seu Juca – Vocês, não sei. Eu, por enquanto – por enquanto! – não dependo de lugar nenhum para existir ou não existir..

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Elza – O senhor pensa em se fixar, no futuro?

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Seu Juca – Jamais. O futuro é escorregadio, mais engraxado que mulher de mecânico. Antigamente, eu era dado a pensar, e muitas vezes pensei assim: amanhã eu faço. Acordava no dia seguinte e já era hoje. Quando não era ontem ou anteontem. Uma dádiva! Nunca precisei fazer nada, porque sempre deixo tudo para o amanhã que não chega nunca. Porque a Deus pertence, e o Cara é munheca, ruim de jogo pra meireles. Nem emprestar o futuro pra gente dar uma folheada o Garrucha empresta.

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Elza – Então por que o senhor frisou tanto que, POR ENQUANTO, não depende de lugar nenhum para existir?

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Seu Juca – Porque ando cismado que um dia eu vá morrer. E se isso de fato ocorrer, vou precisar de um chão. Todo defunto precisa de um chão, é o que eu acho. A única imoralidade que reconheço é a de defunto que fica por aí despido de chão. E o pior dos crimes é assassinar alguém e largar o seu corpo na rua, sem enterrar. Um grande desrespeito às autoridades, à sociedade, às famílias. Exceto a do assassinado.

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Anga – Exceto a do assassinado?

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Seu Juca – Sim. As famílias gostam de enterrar, elas próprias, os seus mortos. Mesmo que eles tenham sido baleados de tal maneira que mais pareçam um ralador de queijo do que um presunto normal. (Corre os olhos pelo chão, pensativo, e volta a falar, com ar professoral)... Queijo com presunto rima com mudar de assunto. Estou com fome.

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Tuca – Peça alguma coisa, é por nossa conta. Por favor, garçom, o Seu Juca vai querer...

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Seu Juca – Um ovo.

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Tuca – Só?

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Seu Juca – Com outro ovo. E pão por cima. (Virando-se para a Anga e apontando o MP3) Quando for tirar minhas palavras daí, minha filha, cuidado para não esquecer de botar o til no pão. Dois ovos com pao por cima não fica bem.

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Parada técnica (Elza teve um ataque de riso tão histérico com a história do “pao”, que tombou da cadeira, derrubando Anga e o nosso MP3, que pifou. Para continuar a entrevista, contamos com a gentileza do seu Luís, dono do boteco, que nos emprestou um velho gravador de rolo. Assim que Anga conseguir manejá-lo melhor e fizer a transcrição da fita, postaremos o restante da entrevista.) (Em tempo: Elza passa bem. Mas ainda tem umas recaídas quando vê – ou alguém fala em – pão.)



A segunda parte da entrevista está aqui.


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quinta-feira, 25 de março de 2010

As desinteligências de uma idosa menina

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. . . . . .Conheci a Sra. Raíssa na Praça São Salvador, território meu de sagradas amizades profanas. Não estávamos matando o tempo, estávamos dando-lhe à luz, a luz sem pressa dessa amizade que já dura dois segundos – ou dois anos... dois milênios.

. . . . . .Nesse tempo, dêem a ele o tamanho que acharem de dar os burocratas medidores de tempo, tenho conseguido ensinar a Sra. Raissa a ter paciência com a minha estúpida inteligência, que ela vai estilhaçando e colorindo, para guardar na sua gaveta de inutilidades crocantes. Hoje ela é meu Serviço de Meteorologia para os dias que não acontecem. Então, abro sua Gaveta (esta aqui) e cato meus cacos por tempestades e calmarias:

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3:40 – I

Falava de tempo. É um absurdo achar que podem dividir a minha vida em pedacinhos numerados. Me fazer acreditar que os minutos controlam a mim e as minhas lembranças. Acreditar nas horas e nos anos é viver em uma sala apertada, que se aperta mais a cada segundo contado. Fazendo tudo passar mais rápido... Com menos gosto. Porque é isso, eu conto o que tenho pressa que acabe.

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Uma mentira

E se eu estivesse dividida? De uma forma assustadora, dividida. De um lado um amor grande, desgastado, mais ainda forte e sincero. Do outro, uma paixãozinha louca e besta, intensa e nova. Mais do que querer os dois, queria não querer nenhum deles. Preciso variar com leveza as confusões de sempre. Maltratar menos meu coração de menininha. Mas nasci com esta cruz que me mata. Ganhei um príncipe com a bota suja, e um anjo de asa quebrada. O pior e mais perturbador é que as minhas combinações de azares amorosos dão certo de quando em quando.

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3:40 – II

Estupidez é pensar que vale a pena contar menos um mês de romance, ou menos um ano de vida. Inútil se preocupar tanto com espaços de vida mortos. Não existe tempo no futuro, porque ainda são espaços não nascidos. Não existe verdade no tempo.

As suas horas, semanas... os meus nossos milênios e comemorados anos novos são uma ridícula farsa que mascara o medo de não poder controlar. Não quero partir minha vida em milhares de números.

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Sr. Volfí

Tavinho tem 6 anos e uma verruga na perna esquerda de, aproximadamente, 3 milímetros de diâmetro. Um segredo guardado a sete chaves pelo garoto desde o último outubro, quanto foi descoberta e batizada como Sr.Volfí. Porque esta é uma velha mania de Tavinho, batizar por "voufí" tudo o que lhe parece de grande importância. O urso de plástico. Seu dedo mindinho da mão direita. Seu irmão, Vitor. A cor azul. A TV. E, entre tantas outras importâncias, a verruga de sua perna esquerda.

O garoto, em uma de suas conversas dominicais com Sr.Volfí, tomou conhecimento de seu grande apreço pela cor azul. Desde então, a pequena circunferência é colorida diariamente com canetinha hidrocor celeste.

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3:40 – III

Não quero ser classificada por tempo, pensar e agir como manda esse senhor. É um problema meu se hoje, aos quase 17, decidi ter uma crise minha, inteiramente minha, de meia idade.

Minha vida inteira é um dia inteiro. E na semana passada envelheci uns 10 anos.

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quarta-feira, 24 de março de 2010

Assédio obriga Paulo Coelho a usar peruca!

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Depois que, involuntariamente, o citamos aqui, o legítimo Paulo Coelho (foto) foi obrigado a cobrir a careca com esta peruca ridícula e a vestir uma camiseta do América mineiro, para tentar sair pelas ruas de Belo Horizonte sem ser notado, driblando o assédio sexual de suas devotas (a maioria) e a fúria unhenta e dentoza das discípulas do Paulo Coelho genérico. Que o venerável bruxo nos perdoe, não era essa a nossa intenção.

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. . . .Na última segunda-feira, a coisa passou dos limites, segundo nos informou hoje cedo dona Katinha, a favorita do harém do santo homem: “Depois de sofrer dezenas de ataques de tietes ensandecidas, meu Coeizim chegou em casa todo arranhado, esfarrapado, batonzado e fedendo a uma mistura de perfumes baratos e creolina francesa.” O pior, contou dona Katinha, é que até a cadeira de rodas espacial do mago ficou avariada, e agora anda muito macambúzia – a 200 quilômetros por hora, pelas paredes e tetos da casa.

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. . . .Nos perdoe, repito, grande pajé. E se lhe servir de consolo, informo que também estamos sendo afetados por minha imprudente menção ao nome e à imagem de sua ectoplasmática pessoa. Muitos amigos e leitores do blog têm me acusado de ter inventado a sua existência – inclusive Vossa Bruxolência mesma, em comentário feito aqui no desinformação seletiva.

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. . . .E para os que ainda acreditam que ando meio delirante (a 200 quilômetros por hora, pelas paredes e tetos do blog), a autenticidade da foto que ilustra esta postagem pode ser comprovada no Nirvana Clitoriano (aqui), blog do "Arcaico Bruxo da Grão Mogol", como ele próprio se entitula.

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segunda-feira, 22 de março de 2010

Vote no que você quer ler, leitor!

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Taí o que você queria, leitor(a) assíduo(a) que nem sempre é atendido(a) em suas preces por postagens mais convenientes à inconveniência que a vida requer. Hoje você poderá escolher as matérias que deseja ler no desinformação seletiva nos próximos dias, a partir de pautas novas e de continuações de postagens que deram um ibope de fazer esverdear de humilhação os próceres da Globo.

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.Leia a seguir o resumo das pautas, escolha as que mais lhe inconvêm e depois vote na enquete que encabeça a coluna da esquerda da página. Você pode votar em quantas pautas quiser. Vote já, que a enquete tem prazo curto, e eu não vou ficar aqui, que nem um idiota maior do que já sou, lembrando todo dia que o voto, neste blog, como nas próximas eleições presidenciais, é imoralmente obrigatório. As 80 (oitenta) pautas mais votadas serão postadas – impreterivelmente, eu juro! – até o próximo dia 1o de abril. Eis a lista:.

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1 - Novas aparições ubíquas do Tuca para a mulher do próximo nos pontos mais longínquos do planeta, inclusive Conceição de Mato Dentro, em Santa Catarina.

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2 - O ouvido-penico de Teophanio Lambroso – oferecendo aos fofoqueiros de plantão mais loucuras picantes que as mulheres só revelam a um canalha do bem como o Teopha.

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3 - A retumbante estréia de Trilussa (Carlo Alberto Salustri – 1873-1950), um italiano que escrevia poesia com muito humor e malícia. Nossa sexóloga Elza Magna está tão debruçada na árdua tarefa de traduzir o texto original em dialeto romanesco que, como suas tetas perfeitas abominam sutiã e blusa sem decote, a rapaziada toda dos blogs em frente à nossa janela já está delirando de prazer com Trilussa!

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4 - A Onisciência ao Alcance de Todos que levou o Prof. Edson Rocha Braga a ser eleito para uma cadeira muito bonita e confortável da prestigiosa Academia de Ciências, Letras, Números, Corte e Costura de Cachoeiro de Itapemirim, no Afeganistão.

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5 - Mais Campos de Carvalho, agora com um trecho de Tribo, romance publicado em 1954 e nunca mais reeditado. Tivemos acesso à obra graças a Anga Mazle, que conheceu um jovem amigo do bruxo de Uberaba durante um passeio sub-lameiro em Araxá, capital do Alasca.

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6 - Novo trecho de Autobiografia de um que nunca nasceu, de Fiophélio Nonato, desta vez narrando um episódio no qual ele acaba por cavalgar um ceguinho em plena hora do rush no Centro do Rio.

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7 - Festival Microscópico do Caralho! – Matéria com fotos exclusivas dos três vencedores deste concurso que levou ao orgasmo esotérico milhões de adoradoras de anjos made in Japão em todo o mundo.

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8 - Mais trovas de A Esfinge sem Calcinha. Seleção isenta porém tendenciosamente sacana de oito trovas ilustradas do livro inédito de Anga Mazle e Elza Magna.

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